O russo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea Football Club, tornou-se cidadão português em Abril de 2021. Na quinta-feira, o Governo de Portugal disse que abriu um inquérito interno sobre a concessão da cidadania portuguesa ao bilionário.
Roman Abramovich foi concedida a cidadania lusa com base numa lei que oferece naturalização aos descendentes de judeus sefarditas que foram expulsos da península ibérica durante a Inquisição medieval.
O inquérito do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) de Portugal, que fornece serviços de nacionalidade e passaporte, vem no meio de críticas de alguns activistas, comentadores e políticos que dizem que a lei deve ser revista, pois acreditam que está a ser utilizada pelos oligarcas para obter uma base de apoio na UE.
“Tudo indica que por trás de uma lei bem intencionada foi criada uma máfia de passaportes”, escreveu João Batalha, activista anti-corrupção e fundador da filial portuguesa da Transparência Internacional, no Twitter.
A verdade é que há pouca história conhecida dos judeus sefarditas na Rússia, embora Abramovich seja um apelido comum de origem judaica Ashkenazi.
O Ministério da Justiça disse que o inquérito foi um processo padrão.
“É um procedimento normal adoptado sempre que há situações ou notícias que se referem a qualquer possível irregularidade no procedimento realizado”, avança a Reuters citando um comunicado do ministério português.
“O IRN pretende apenas estabelecer, sem qualquer margem para dúvidas, se…houve qualquer tipo de irregularidade”, acrescentou.
Uma porta-voz de Abramovich disse que ele e o seu pessoal “acolhem bem qualquer revisão, pois só demonstrará que a cidadania foi obtida de acordo com as regras”.
Milhares de judeus israelitas obtiveram a cidadania portuguesa desde que a lei foi aprovada em 2015. O número de tais pedidos aumentou em Portugal desde que uma oferta semelhante de cidadania aos judeus sefarditas pela Espanha terminou em 2019.