ONG submete queixa contra suspeitos de assassinar Elvino Dias e Paulo Guambe

ONG submete queixa contra suspeitos de assassinar Elvino Dias e Paulo Guambe

O Centro para Democracia e Desenvolvimento Humano (CDD) submeteu à Procuradoria-Geral da República (PGR), na quarta-feira, uma denúncia contra suspeitos de envolvimento no assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe.

“Desde finais de Outubro que viemos perseguindo, investigando, entrevistando pessoas sobre as circunstâncias e os possíveis assassinos e autores materiais e morais que deram ordem para o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe” disse, o Director-Geral do CDD.

Segundo Adriano Nuvunga, à denúncia estão acopladas evidências, inclusive testemunhas, que indicam que os assassinos saíram da Cadeia Civil.

“Saíram da Cadeia Civil. Alguém abriu a porta para eles, os mandou para Moamba, para, aparentemente, irem trabalhar na machamba, mas [, na verdade], foram libertos para executar essa missão hedionda de tirar vida ao Advogado Elvino Dias e ao político Paulo Guambe” avançou.

A denúncia do CDD recai sobre o Chefe de Operações Penitenciárias da BO, Roque Xavier, que facilitou a saída irregular dos reclusos Julião Ruben Munguambe e Edson Cassiano Lacerda Sílica da BO.

Elvino Dias e Paulo Guambe foram assassinados na noite de 19 de Outubro de 2024, e de acordo com uma publicação do CDD, no dia 21 de Outubro de 2024, Xavier ordenou a eliminação dos registos de entrada e saída dos dois reclusos.

O activista disse que tais indivíduos permaneceram dois dias fora da cadeia e sem qualquer tipo de protocolo estabelecido nas penitenciárias. “[Isto] indica que alguém organizou o processo”.

Falando à imprensa à saída da procuradoria, Nuvunga disse tratar-se das mesmas pessoas que ordenaram o assassinato do activista Anastácio Matavele, em 2019.

“O que viemos apresentar aqui na procuradoria é bastante para que se pudesse desencadear acções que deveria resultar em detenções imediatas das pessoas implicadas” disse.

Ele recordou que, há cerca e duas semanas, o CDD denunciou ameaças contra a família de Elvino Dias, que depois se viu obrigada a abandonar a residência.

“São os mesmos indivíduos que participaram da logística do assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe” acusou.

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