“O gás de Moçambique tem um futuro promissor e vai liderar a transição energética” – PCA Galp

“O gás de Moçambique tem um futuro promissor e vai liderar a transição energética” – PCA Galp

O gás natural acentuou o grau de importância mundial de Moçambique no fornecimento de recursos energéticos. Num período em que o mundo procura formas de exploração sustentáveis, o CEO da Galp no país reconhece o potencial do gás natural nacional para liderar uma transição energética “organizada”.

Paulo Varela está optimista quanto ao futuro de Moçambique no mapa mundial de exploração de gás natural. No seu entender, o potencial desse recurso poderá colocar o país na linha da frente da transição energética à medida que combustíveis líquidos vão sendo preteridos.

“Para o bem dos países menos desenvolvidos é desejável que a transição se faça de uma forma mais organizada. E aí acreditamos que o gás natural de Moçambique tem um futuro bastante longo pela frente contribuindo, precisamente, para essa transição”, disse Varela, há dias, em Maputo, numa conversa com jornalistas, por ocasião dos seus 65 anos em Moçambique.

“O gás natural de Moçambique é uma energia de transição na medida em que tem um contributo menor para o efeito estufa”, frisou.

Reconhecendo o esforço do país e do mundo para o uso de fontes energéticas amigas do ambiente, o responsável disse, no entanto, que o investimento nos hidrocarbonetos deve continuar.

“O facto de termos consciência de que precisamos de encetar uma transição energética, é necessário assumir que, durante muitos anos, os hidrocarbonetos serão a fonte de energia primária mais utilizada, embora decrescendo a sua importância ao longo do tempo”, notou.

Varela esclareceu que a actual crise energética mundial se deve à quebra de investimento no sector de exploração e produção de petróleo e gás desde 2014 e não objectivamente à guerra russo-ucraniana.

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“Assim, para evitar a subida de preços será necessário que se continue a investir, de forma focada, em novas explorações de petróleo e gás, sobretudo, no gás natural de Moçambique”, alertou.

O responsável prevê, contudo, que o processo de transição energética nos países em desenvolvimento, incluindo Moçambique, seja lento.

“É preciso ter em conta que esta transição energética deve tentar fazer-se sem criar crises energética de grande dimensão, ou seja, sem fazer disparar os preços por via da escassez de combustíveis”, disse, Paulo Varela.

Na ocasião, o Director da Galp Rovuma em Moçambique, Paulo Mendonça, referiu que a importância mundial do gás natural do país também se deve a sua qualidade e quantidade.

“No caso de Moçambique, o volume das reservas do gás é de tal modo significativo e importante por ser de classe mundial, e porque podem desempenhar um papel fundamental nesta fase de transição”, destacou.

A Galp não tem mais interesses em investir em novos campos de fontes energéticas fósseis. A firma está a direccionar mais de metade do seu CAPEX para fontes de energia limpa.

“O posicionamento estratégico é que a Galp deixou de ter investimentos em novas explorações. Nós temos activos já em fase de exploração nos legacy projects, em São Tome e Príncipe, no Brasil e Namíbia. Mas como parte da transição energética a empresa deixou de investir em novos blocos”, explicou.

Aos olhos dos responsáveis das Galp, Moçambique, tal como os outros países o fizeram, deve, para já, tirar o maior proveito das formas actuais e existentes para explorar o gás natural, porquanto os esforços para uma exploração menos poluente decorrem. “O que fará sentido aqui é encontrar uma transição justa e equilibrada considerando o interesse das populações no seu todo”.

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