O caso recente da professora Telma Mavui, formada para lecionar português na Escola Primária do distrito da Macia, província de Gaza, é um escândalo que expõe as profundas falhas estruturais no sistema educacional moçambicano.
Em um post nas redes sociais, a própria Telma exibe sua alarmante deficiência no domínio da língua portuguesa, escrevendo frases repletas de erros grotescos de ortografia, gramática e vocabulário como: “extou a vire agrandeser”, “ampoiaram”, “formaxao”, “purtuges”, “alonus”, “forxas”. É simplesmente inaceitável que alguém com esse nível de proficiência seja aprovada em um curso de formação de professores de português.
Mas o pior é que, aparentemente, Telma Mavui não foi uma exceção, e sim a regra em seu processo de qualificação. Em um país assolado pela falta de investimentos e baixos padrões educacionais, dezenas ou centenas de outros estudantes com o mesmo nível deficiente que Telma podem ter sido também aprovados, enquanto jovens realmente capazes e qualificados foram preteridos.
Isso é um crime contra o futuro das crianças moçambicanas. Como elas desenvolverão um sólido domínio da língua portuguesa, fundamental para o aprendizado de todas as outras disciplinas, se seus próprios professores são analfabetos funcionais? É plantar uma semente de ignorância que condenará sucessivas gerações.
A solução passa por uma reestruturação profunda, imediata e implacável:
1. Revisão curricular rigorosa dos cursos de formação docente, com enormes aumentos na carga de proficiência linguística.
2. Avaliações draconianas que eliminem de vez qualquer candidato a professor que não domine 100% a norma culta.
3. Reciclagem e programa de provas periódicas para os atuais professores, demitindo sumariamente os reprovados.
4. Parcerias com universidades internacionais para implementar os mais altos padrões de excelência linguística.
5. Valorização salarial da carreira para atrair os melhores talentos para a educação.
Casos deploráveis como o da professora Telma Mavui têm que ser erradicados de vez do sistema moçambicano. Seu post nas redes sociais deveria ser encarado como um libelo em prol da urgente reforma educacional de que o país tanto necessita.
Abraços!
Por Lino Mucuebo
(linoisabelmucuebo@gmail.com)
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