O Escritório das Nações Unidas em Angola, reagiu, recentemente, ao pedido da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para dedicar uma atenção especial ao caso do cidadão angolano Gerson Emanuel Quintas, “Man Gena”, e sua família sob custódia de autoridades moçambicanas.
A carta datada de 12 de Abril de 2022, e assinada pela Coordenadora Residente da UN Angola, Zahira Virani, refere que o organismo submeteu o pedido da UNITA ao Escritório Regional para África Austral do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
A UN Angola referiu igualmente que a missiva da UNITA – e se assim o partido político entender – pode ser encaminhada ao sistema de Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas.
Esse Conselho “é composto por especialistas independentes, que tratam de casos individuais de possíveis violações dos direitos humanos”, explica a UN Angola, remetendo o contacto ao Escritório Regional para África Austral do Alto Comissariado para os Direitos Humanos para esse procedimento.
Man Gena e sua família chegaram a Moçambique clandestinamente em Fevereiro deste ano, alegando estarem a sofrer perseguição em Angola por parte de traficantes de droga que envolvem altas patentes da polícia e políticos angolanos.
O cidadão angolano é antigo membro de um grupo de praticantes de artes marciais criado há mais de 20 anos. O grupo por diversas vezes foi acusado de estar ligado a crimes e ao tráfico de drogas. Ele teria divulgado ligações entre políticos e narcotraficantes.
Uma delegação da UNITA que esteve em Moçambique disse que Man Gena temia morte por envenenamento e que o seu estado de saúde era débil, carecendo de cuidados médicos. No entanto, o grupo parlamentar, depois de diversas tentativas não pôde falar com Man Gena.
No dia 05 de Abril, a esposa de Man Gena deu à luz a uma menina no Hospital Central de Maputo (HCM), mas a bebé faleceu dois dias depois, a 07 de Abril, data em que se comemora o Dia da Mulher Moçambicana.
Através de um vídeo posto a circular nas redes sociais, a sua esposa acusou o HCM, a maior unidade hospitalar de Moçambique – de assassinar a filha.
“… eles dizem que a minha bebé teve ataques cardíacos, fez duas paradas cardíacas, tiveram de reanimá-la, sangrou pela boca, reanimaram a primeira vez, reanimaram a segunda vez, e a bebé faleceu. Então disse ‘não, vocês esperaram eu sair para vocês para matarem minha bebé”, contou Clemência Suzete Vume.
O HCM alegou que a paciente deu entrada no hospital “com uma complicação obstétrica, que afectava uma gravidez ainda prematura, e essa complicação é tratada em todo o mundo com o parto, pois punha em risco a saúde da mãe assim como a do feto, portanto, tudo foi feito seguindo os protocolos clínicos”.
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