O consórcio “Mais Integridade”, que congrega sete organizações da sociedade civil moçambicana, relatou “episódios abusivos, arrepiantes e vergonhosos que descredibilizam” os resultados das eleições autárquicas.
“Num ano em que Moçambique assinala 33 anos de democratização, as autoridades de gestão eleitoral, os partidos políticos e demais intervenientes mostraram, mais uma vez, a sua falta de ética, transparência e maturidade democrática”, afirma aquele consórcio, em comunicado, sublinhando que contou com observadores ao processo eleitoral em todos os 65 municípios que foram a votos em 11 de outubro.
“Observador do processo, acompanhou de perto a votação e testemunhou, através dos seus correspondentes e observadores presentes em todas as 65 autarquias do país, episódios abusivos, arrepiantes e vergonhosos que descredibilizam e colocam em causa os resultados que vêm sendo publicados pelas autoridades eleitorais”, afirma o consórcio, que convocou para segunda-feira (16.10) uma conferência de imprensa sobre estas denúncias.
“Inegavelmente, a polícia voltou a mostrar a sua agressividade e inclinação partidária, violando os mais basilares direitos constitucionais e tratando de forma leviana a vida humana. As irregularidades grosseiras perpetradas por vários atores não precisaram da cumplicidade da escuridão da noite, mas foram executadas de forma consciente, deliberada e cúmplice em plena luz do dia, mostrando a quebra generalizada de valores sociais como o respeito pelo outro, integridade e justiça”, acrescenta o comunicado.
As comissões distritais e províncias de eleições divulgaram nos últimos dias resultados do apuramento intermédio da votação em 46 municípios, sendo que a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder no país) venceu em 45 – a generalidade fortemente contestadas pelos partidos da oposição e observadores da sociedade civil -, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM, segundo partido da oposição) manteve a Beira, província de Sofala. (DW//Lusa)
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