A cidade de Tete, está a acolher de 25 e 26 de Abril a 11ª Reunião da Comissão da Bacia Hidrográfica do Zambeze para debater sobre a promoção, utilização e gestão sustentável dos recursos hídricos desta bacia de capital importância para os países da região.
Este evento decorre numa altura em que Moçambique e a Região Austral, tem enfrentado alterações climáticas, caracterizados por chuvas intensas, ventos fortes e períodos de seca prolongados, fenómenos estes que exigem acções coordenadas entre os países membros para a promoção da paz e do bem-estar nos povos que vivem nas bacias compartilhadas.
Nesse contexto, o também Presidente da Comissão da Bacia Hidrográfica do Zambeze, ZAMCOM e Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos Carlos Mesquita, destacou a assinatura do Acordo de Financiamento com o Banco Africano de Desenvolvimento para a implementação do Programa de Desenvolvimento Integrado e Adaptação às Alterações Climáticas na Bacia do Zambeze (PIDACC), tendo iniciado em dois estados ribeirinhos nomeadamente Moçambique e Zâmbia.
Através do mesmo, “o total de recursos mobilizados através do BAD atingiu o valor de cerca de 17 milhões de dólares americanos. Além disso, seis países nomeadamente: Botswana, Malawi, Moçambique, Namíbia, República Unida da Tanzânia e Zimbabwe apresentaram cartas de endosso e propostas de projectos para financiamento do BAD, no âmbito da fase 2 do PIDACC”, disse Mesquita.
Para Carlos Mesquita, dada a grandeza desta bacia hidrográfica, que actualmente dispõe de “mais de 40 milhões de habitantes e é a quarta maior em África com uma área de 1.32 milhões de km2 e é partilhada por oito países” é importante “continuarmos a desenhar estratégias flexíveis de gestão e aproveitamento das potencialidades que esta região dispõe, o que vai contribuir para o desenvolvimento socio-económico”.
Só para destacar a importância estratégica que a bacia dispõe, Carlos Mesquita citou Barragem de Cahora Bassa ” situada no troço terminal do médio Zambeze, com capacidade máxima de armazenamento de água de 63 Kmᶟ, sendo a 12a maior do mundo e a 5a maior de África, sendo este um dos grandes aproveitamentos hidráulicos de que Moçambique dispõe”, tendo o pacote extensivo para como a prática de agricultura em diversas escalas, disponibilidade de água para abastecimento humano, produção de hidroeletricidade, indústria, aquacultura, mineração e turismo.
Durante a reunião, foram destacadas algumas conquistas da ZAMCOM, como a assinatura de acordos de financiamento para programas de desenvolvimento e adaptação às alterações climáticas na bacia do Zambeze.
No entanto, o Ministro reconheceu os desafios enfrentados pela região, como a pobreza, desastres naturais e a degradação ambiental, tendo solicitado aos países membros da Comissão do Zambeze que continuem unindo esforços e buscando parcerias para implementação de projetos conjuntos que contribuam para o desenvolvimento das comunidades.
Vale salientar que a comissão hidrográfica da bacia do Zambeze, ZAMCOM constituída por Angola, Botsuana, Maláui, Moçambique, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué, sendo actualmente a comissão presidida por Moçambique.
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