O Governo moçambicano prevê um crescimento económico de 5,5% para 2024, acima do estimado para este ano, e uma taxa de inflação de 7,0%, antevendo manter uma política monetária “conservadora” no próximo ano.
Nos documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, a que a Lusa teve hoje acesso, o Governo antevê para o próximo ano uma conjuntura macroeconómica nacional que “continuará a apresentar sinais positivos de recuperação, apesar dos desafios para a garantia de segurança nas zonas afectadas pelo terrorismo, associadas a crescente vulnerabilidade do país às alterações climáticas”.
Neste contexto, acrescenta o documento, a taxa de crescimento económico para 2024 “é projetada em 5,5%, sustentada pelo desempenho positivo esperado nos sectores da indústria extrativa, agricultura e transportes”.
A inflação anual em Moçambique reduziu-se para 4,9 % em Agosto e para 4,6% em Setembro, depois de 5,7 % em Julho, explicada, segundo o banco central, “principalmente, pela queda dos preços de bens alimentares, favorecida pelo prolongamento da época fresca, num contexto de estabilidade do metical”.
O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique já tinha decidido, em 22 de Setembro, manter a taxa de juro de política monetária em 17,25%, uma das medidas de política monetária restrita em curso, para conter a subida da inflação.
Entre os “principais pressupostos macroeconómicos” definidos no PESOE, acrescenta o documento, está o objetivo de alcançar os 9.703 milhões de dólares em exportações de bens e a constituição de Reservas Internacionais Líquidas (RIL) no valor de 2.235 milhões de dólares, “correspondente a três meses de cobertura das importações de bens e serviços não fatoriais, excluindo os megaprojetos”.
O cenário macroeconómico de 5,5% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) representa ainda mais 0,5 pontos do que a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB de Moçambique registou um crescimento de 4,2% e 4,7% no primeiro e segundo trimestres de 2023, respetivamente, representando um crescimento acumulado na ordem dos 4,4%. (Lusa)
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