Moçambique pode ter perdido 2% do PIB em 10 dias de manifestações

Moçambique pode ter perdido 2% do PIB em 10 dias de manifestações

Os protestos pós-eleitorais em Moçambique já levaram a perdas de vidas humanas às dezenas e prejuízos financeiros aos milhares.

As manifestações iniciaram a 21 de Outubro e até então o futuro é incerto. O argumento são os resultados eleitorais “fraudulentos”. Desde então, os moçambicanos testemunham duas situações, a paralisação das actividades no país ou funcionamento a meio-gás. O país “só” funciona nos dias de “tréguas”.

O Centro de Integridade Pública (CIP) estima que, em dez dias de manifestações, o país possa perder 24,5 mil milhões de meticais, equivalentes a dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024.

Avanca a ONG que se, a essa estimativa, forem acrescidos os 19 mil milhões de meticais gastos para as Eleições Gerais de 2024, o impacto acumulado pode ser superior a 3% do PIB.

Essa cifra dos 2% supera significativamente as estimativas divulgadas pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que calculou perdas de 10 mil milhões de MT para o mesmo período. A diferença de cerca de 14,5 mil milhões de MT sugere uma discrepância de 156,4% entre as duas abordagens.

Além disso, as estimativas da Autoridade Tributária (AT) sobre as perdas fiscais diárias nas fronteiras devido às paralisações (1,5 mil milhões de MT) também apresentam uma aparente divergência em relação aos valores diários de arrecadação projectados no PESOE 2024, de aproximadamente 950 milhões de MT. Essa inconsistência levanta questões sobre a precisão e a transparência das estimativas, especialmente em um contexto económico e social crítico em que informações financeiras precisam de ser baseadas em dados rigorosos e claramente comunicados.

“Dada a relevância dessas estimativas para a formulação de políticas públicas e para a planificação de empresas e investidores, recomenda-se que o governo e a CTA adoptem uma abordagem mais fundamentada e transparente na análise e na divulgação dos dados económicos” sugere o CIP.

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