Moçambique opõe-se às Nações Unidas sobre exploração de carvão

Moçambique opõe-se às Nações Unidas sobre exploração de carvão

Moçambique tem uma posição contrária à das Nações Unidas (UN) relativamente a continuidade de exploração de carvão. O país pretende beneficiar-se do recurso enquanto as UN esforçam-se para suspender esse tipo de actividades para atingir o popular objectivo climático: reduzir as emissões de carbono até 2030.

O Governo justifica esta posição com o argumento de que o carvão e as areias pesadas continuam a ser matérias-primas importantes de exportação para o país, que muito contribuem para a balança de pagamentos e servem de fonte de moeda estrangeira.

O Governo considera igualmente que a transição energética deve ter sempre em conta as condições reais do país.

“Portanto, não podemos abandonar estas fontes de um dia para o outro, porque as condições necessárias devem estar reunidas para que o possamos fazer”, disse, na quinta-feira, em Maputo, o Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Teodoro Vales.

No contexto da transição energética, estão em curso acções de mitigação, destinadas a desenvolver sistemas não poluentes de produção de energia, garantiu o responsável durante um seminário sobre “os desafios e oportunidades para promover uma transição energética inclusiva em Moçambique”, organizado pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD).

O Governo estabeleceu o objectivo ambicioso de produzir 600 megawatts de potência extra até 2024, dos quais 400 MW serão gerados por centrais a gás, e 200 MW virão de energia solar, eólica e hidroeléctrica.

“Por exemplo, na área da energia solar, investimos numa estação solar de 40 MW em Mocuba, 40 MW em Metoro e 30 MW em Dondo”, afirmou. “Estas são apenas as estações solares, mas também há estações hidroeléctricas”.

Por seu lado, a Câmara de Petróleo e Gás de Moçambique, representada por Florival Mucave, disse que a transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis é um imperativo global.

A Câmara defende que deveria haver uma ampla discussão em Moçambique sobre o tema da transição energética, reunindo o governo, empresas privadas e sociedade civil, a fim de produzir uma visão harmonizada a levar à próxima cimeira climática, a realizar no Egipto no final deste ano.

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