Moçambique vai apostar em uso de drones (objecto voador não tripulado) para reforçar a capacidade de prevenção e de resposta emergencial aos desastres naturais, como ciclones e cheias, bem como salvar vidas humanas.
Trata-se de um projecto de cobertura nacional, lançado ontem (03), a ser implementado pelo Governo, através do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), que conta com o financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), segundo avança a publicação da AIM.
“O país deve se adaptar às mudanças climáticas e adoptar sistemas de aviso prévio, porque não podemos mudar o país da zona geográfica onde está, mas podemos, sim, aprender a viver com esses eventos extremos sem que eles causem estragos na nossa vida, sendo resilientes, para podermos salvar vidas e bens”, disse o diretor-geral do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), Adérito Aramuge, durante o lançamento do Projecto.
Aramuge espera que o país fortaleça a capacidade de fazer a monitoria de desastres, como cheias, antes e depois da ocorrência do evento extremo, tal como outros países, com o uso de drones numa extensão de cerca de 150 metros de altura e uma extensão de cerca de dois a três quilómetros.
A fonte explicou que os drones que, estes são eficazes no fornecimento detalhado de informações e imagens reais dos acontecimentos para mais bem tomada de decisão do gestor de desastres.
“Se temos uma estrada cortada numa zona alagada e, do outro lado temos a população, é possível, através de drones, saber o número da população, identificar as vias de acesso para aquele local e ter as imagens reais do que está acontecendo no outro lado das enxurradas”, referiu citado na publicação.
O arranque do projecto está previsto para o mês de Maio “O equipamento já foi produzido e está na Coreia, o que falta é fazer a sua importação para o país e, depois, usarmos os drones para a formação propriamente dita”.
A fonte garantiu, no entanto, que, os gestores de desastres, de diferentes sessões, já beneficiaram de um treinamento “muito superficial”, para que lhes permite ter uma base inicial do que é um drone, como é pilotado e como se pode recolher a informação necessária para a gestão de desastres.
Para o ministro das Telecomunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, que esteve presente no acto do lançamento, o projecto marca um passo importante na transformação da forma como o nosso país enfrenta os desafios impostos pelos eventos extremos, de origem hidrometeorológica, que têm causado grandes danos à nossa população e infra-estruturas”.
Através deste projecto serão fornecidos quatro drones ao país, produzidos pela Coreia do Sul, entre os quais consta um drone de treino, utilizado para o mapeamento, monitorização e investigação de extensas áreas.
O governante disse ainda que a utilização desta tecnologia, para a previsão e gestão dos desastres naturais, facilitará na obtenção de dados precisos e em tempo real das áreas afectadas, “preservando assim vidas humanas”.
“É uma solução inovadora que promete transformar a forma como lidamos com estes desastres”, explicou o dirigente.
Akposso Marcelle, representante do BAD, explicou que este projecto representa um “compromisso claro” com a segurança das populações.
“Mais do que a entrada de tecnologias, visa fundamentalmente salvar vidas, reduzir os riscos de desastres e melhorar a capacidade de resposta de Moçambique”, esclareceu.
O projecto será implementado seis meses, após a entrega dos drones, em meados de Maio.
Vale recordar que Moçambique tem ciclicamente sofrido pelas alterações climáticas globais, enfrentando cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
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