Moçambique é um dos países com grande risco e maior exposição a choques ecológicos, segundo o Relatório de Ameaças Ecológicas publicado pelo Instituto de Economia e Paz, sediado na Austrália.
No estudo, que analisa 178 países e territórios, Moçambique está na 171.ª posição e tem das 10 pontuações mais altas do “Ecological Threat Report” (ETR), que olha para factores como risco de escassez ou de água, rápido crescimento populacional, instabilidade nas temperaturas e desastres naturais
Os autores da segunda edição do Relatório concluem que existe uma “relação cíclica entre a degradação ecológica e conflitos”, como terrorismo e guerra civil.
Onze dos 15 países com as piores pontuações de ETR actualmente estão classificados como estando em conflito, e os restantes quatro estão em grande risco de perturbação da paz.
“É um ciclo vicioso em que a degradação dos recursos leva ao conflito, e o conflito resultante leva a uma maior degradação dos recursos. Romper o ciclo requer melhorar a gestão de recursos ecológicos e a resiliência socioeconómica”, lê-se no documento do Institute for Economics and Peace (IEP).
O Afeganistão tem a pontuação geral mais alta no Relatório, o que reflecte a vulnerabilidade do país, a qual poderá ser agravada pelas alterações climáticas.
O Brasil está no 40.º lugar do índice ETR, a Guiné Equatorial em 91.º, Guiné-Bissau em 105.º e Timor-Leste em 127.º. Guiné-Bissau e Cabo Verde são referidos no relatório, mas não estão na tabela.
O IEP estima que, até 2050, 4,7 mil milhões de pessoas vão residir em países com ameaças ecológicas elevadas e extremas, os quais representam 48,7% da população total do mundo.
O relatório identifica três grupos de 30 países sob maior pressão ecológica, nomeadamente o corredor Sahel-Corno da África, entre Mauritânia e Somália, o corredor da África Austral, entre Angola a Madagáscar, e o corredor do Médio Oriente e Ásia Central, entre a Síria e Paquistão.
Agência Lusa