O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) procura evidências da presença de tropas ruandesas na capital moçambicana, segundo Adriano Nuvunga.
Segundo o Director-Geral da ONG, ainda não existem, entretanto, dados que legitimem essas suspeitas, apesar de já terem circulado imagens que atestam a desconfiança popular.
Tais “provas” ilustram: militares em um aeroporto na zona norte prestes a embarcar para Maputo. O propósito seria “apoiar” a polícia nacional a reprimir as manifestações; militares “ruandeses” a proteger os Ministérios da República de Moçambique, “vestidos com aquela roupa, pareciam homem-bomba. Mas têm a insígnia da nossa polícia, da nossa bandeira”.
Além disso, as suspeitas já conduziram à ideia que existam militares ruandeses na escolta do Presidente da República, Filipe Nyusi.
Em uma entrevista à DW, ontem, Nuvunga vincou que se se confirmar a “infiltração” de tropas ruandesas nos assuntos democráticos de Moçambique, os mesmos devem ser responsabilizados.
“É difícil chegar perto de um militar… Ninguém chegou perto daquelas pessoas para ver se falam português ou não. Mas parte da tropa que protege até o Presidente da República vimos eles a falar em suaíli, ouvimos eles a falar uma língua, não português. Isto alimenta essa suspeição de dois níveis: de que as tropas ruandesas estão em Maputo, e, se estão aqui, nós mobilizamos a todos os moçambicanos, vamos recolher evidências para levar essas pessoas à responsabilização criminal. Cresce essa ideia de que a presença militar ruandesa em Moçambique esteja a servir como o exército privado do presidente Nyusi” disse.
Isto levou a que uma página de rede social do Presidente ruandês, Paulo Kagame fosse “inundada” de mensagens de cidadãos moçambicanos denunciando as suspeitas.
O Governo ruandês, através da porta-voz, Yolande Makolo, recusou as alegações, recordando que as tropas estão apenas no combate contra o terrorismo na província e Cabo Delgado.
Nuvunga criticou o facto de o Governo ruandês não ter revelado: o número e o local onde se encontram os militares ruandeses no território moçambicano; o paradeiro de jornalistas ruandeses sequestrados pela polícia moçambicana em Maputo, em estreita colaboração com a polícia ruandesa; a identidade dos autores morais dos assassinatos de ruandeses refugiados em Moçambique por estarem a sofrer perseguição no Ruanda.
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