A cidade e província de Maputo parou literalmente para se despedir do rapper e activista social Edson da Luz, ou simplesmente Azagaia.
Logo pela manhã, e entoando versos do rapper Azagaia, milhares de pessoas de todas as esferas sociais marcaram a presença no Paços do Conselho Municipal da cidade de Maputo para testemunhar aquilo que foi a última despendida do rapper Azagaia.
Do lado de fora a praça da independência tornou-se pequena para acolher tanta moldura humana presente para homenagear o músico.
Num velório que durou um pouco mais de três horas do tempo, e que foi dirigida pelo bispo emérito Dom Dinis Sengulane, houve espaços de leitura de mensagens por diversas organizações da sociedade civil e representantes de partidos políticos.
Na ocasião a ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula, disse durante o velório que o artista de intervenção social deixa como legado é a preservação das artes e cultura como factores de coesão social, valorizando a unidade nacional, a solidariedade e a paz como determinantes para o desenvolvimento do nosso Moçambique.
“Reconhecendo a importância da correlação no processo da criação e produção cultural, Azagaia partilhou o seu saber com músicos de todas as gerações do país e com artistas de outros quadrantes do mundo, o que é testemunhado pelas homenagens e mensagens endereçadas particularmente à família, aos artistas moçambicanos e à sociedade inteira”, destacou a ministra.
Por seu torno, o professor e activista social Adriano Nuvunga disse no seu discurso que Azagaia foi uma lenda que inspira muitos jovens. Este descreve o Azagaia como um homem de coragem e que lutou pelas causas sociais.
E foi em meio a choros e lagrimas que a família proferiu as últimas palavras enaltecendo a vida e obra do artista e activista social.
“Mano Edson tu eras alegre, inteligente, carinhoso, a dor que sentimos só e amenizada pelas lindas palavras, recordações que sentimos e que temos nos nossos corações”, disse uma das irmã, visivelmente emocionada.
Uma emoção que também tomou conta das filhas que já sentem saudades do pai. De ambas vieram mensagens sobre um pai incrível, inteligente e atencioso . Dizendo, “Pai conseguiu o respeito e a admiração de todos, não só de nós os familiares, mas também do povo Moçambicano.” com lágrimas no rosto.
Durante o trajecto para o cemitério percorrendo algumas artérias da cidade de Maputo, a urna que continha os restos mortais do artista era acompanhada por milhares de pessoas que descreviam o Azagaia como um herói do povo.
Porem o trajecto feito gerou uma certa confusão entre a policia e os populares que seguiam a viatura contendo a urna, situação que obrigou a intervenção da viúva do Edson da Luz, acompanhada pelas suas filhas e familiares, que suplicaram a Polícia para que deixasse o cortejo seguir. A urna deve que seguir um outro trajeto sugerido pela própria Polícia.
Já no cemitério de Michafutene, no distrito de Marracuene, a urna foi recebida por uma grande moldura humana. As pessoas queriam despender-se e render a ultima homenagem ao músico. A cerimónia uma hora depois do previsto no programa.
Azagaia, um dos rappers mais influentes de Moçambique, perdeu a vida na passada quinta-feira, aos 38 anos na sua residência no bairro de Kongolote.
Azagaia notabilizou-se na música com um estilo de intervenção social e político. Das músicas consideradas polémicas, destacam-se “As mentiras da verdade” e “A marcha”, esta última que bateu recorde de vendas.
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