Imagina algo que lhe surge aos olhos, todos os dias, e sem pedir autorização, lá está, sendo o foco do seu olhar. Essa coisa permanece ali, eternamente. Mas se ela não muda de nada, o nosso olhar precisa de uma nova perspectiva.
O convite do MZNews é para (re)vermos alguns recantos da cidade de Maputo, que nunca mudou as suas curvas e não vai mudá-las tão já, talvez, eternamente!
O leitor é levado a passear num banco de imagens que captámos no âmbito da celebração dos 134 anos de elevação de “Lourenço Marques”, actual Maputo, à categoria de cidade, a 10 de Novembro de 1887.
Esta é a Praça da Independência na baixa da cidade de Maputo. Aqui é onde Samora Moisés Machel (1933-1986) tomou posse como o mais alto magistrado da nação e realizava os comícios mais fervorosos.
No período colonial, aqui havia uma estátua de Mouzinho de Albuquerque (que também foi o nome dessa Praça), Comissário Régio de Moçambique entre 1896 e 1898, montado num cavalo. O monumento foi retirado do local no primeiro semestre de 1975, no seguimento da independência do país. A partir de 2011 passou a estar, precisamente no mesmo lugar, uma icónica e imponente estátua em bronze do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel, com cerca e nove metros de altura, numa base de betão de 2,7 metros, sendo uma das maiores da África Austral.
Ainda na mesma praça, está a “Sé Catedral de Maputo”. O seu nome está entre aspas porque oficialmente se designa de Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Conceição. A sua construção iniciou em 1936, a cargo do engenheiro Marcial Freitas e Costa, e foi inaugurado em 1944.
O edifício de culto religioso e atracção turística recebeu a primeira visita apostólica do Pápa João Paulo II (16 a 19 de Setembro de 1988), cuja poltrona onde se sentou ainda permanece bem conservada no interior da Catedral, e pode ser vista sempre que as portas estiveram abertas. Anos depois recebeu a segunda visita apostólica do Santo Padre Francisco, de 4 a 6 de Setembro de 2019.
No seu interior, atrás do altar, jazem os restos mortais do primeiro sacerdote e cardeal católico moçambicano, Dom Alexandre dos Santos, que perdeu a vida aos 29 de Setembro de 2021, com 103 anos de idade.
Mantemo-nos na baixa da cidade. Bem perto da Catedral de Maputo e da Praça da Independência, precisamente atrás do edifício do Conselho Municipal da Urbe, onde encontramos o Mercado do Povo. Mantemo-nos do lado de fora para apreciar um mural que une cores frias e quentes.
Antes era só uma parede triste, envelhecida pelo vento e poeira, que de vez em vez era banhada pelas águas cadentes da chuva. Mas hoje, os nossos olhos reluzem perante uma geometria mista que grava mensagens implícitas e que enaltecem o melhor da cidade de Maputo.
A iniciativa que vangloria as multiculturas do país, partiu de um grupo de jovens liderados por Sebastião Coana, com o apoio do Município de Maputo. Pelo que, se percorrermos pouco mais de um quilometro, mais a leste da baixa da cidade, encontramos as barreiras de Maputo. Nelas, a escadaria, – por cá conhecida como “escadinhas da Maxaquene” – que faz o elo entre a zona baixa e a zona da Polana Cimento “A” (Museu), também beneficiou de novas cores e tornou-se num local atractivo para gravar recordações, pois os jovens trouxeram o arco-íris aos nosso pés.
Por fim, podemos ficar horas e horas a mirar para o Mural de Azulejos na Marginal de Maputo, defronte ao Clube Naval. Uma iniciativa do conceituado artista plástico Naguib.
O mural intitula-se “Ode a Samora Machel” retrata a “mulher” sob perspectivas diferentes, ao longo de cerca de 700 metros.
Maputo é Maningue Nice e tem muita mais por explorar…