O Secretario Técnico de Segurança Nutricional e Alimentar (SETSAN) deu a conhecer que cerca de 1,9 milhão de pessoas poderão estar em níveis elevados de Insegurança Alimentar Aguda em Moçambique até março de 2022, escreve a carta citando um estudo do SETSAN.
A conclusão surge após o mais recente IPC da Insegurança Alimentar Aguda referente ao período de novembro de 2021 a setembro de 2022, segundo um estudo da SETSAN.
Segundo o SETSAN, dos cerca de 1.9 milhão de moçambicanos em situação de “crise” actualmente, perto de 481 mil estão nas 11 capitais provinciais (8% da população urbana analisada), devido à irregularidade das chuvas (nas cidades de Nampula, Tete, Inhambane e Xai-Xai), ocorrência de ciclones e ventos fortes (Chimoio e Beira), aumento de preços dos produtos alimentares (Pemba, Matola e Maputo), acções de terrorismo (Pemba) e o impacto das medidas de restrição da COVID-19 (em todo o país).
“A maior proporção de famílias em Crise (Fase 3 do IPC) dentro das áreas urbanas analisadas foi em Pemba a 55%, o equivalente a aproximadamente 165.000 pessoas”, sublinha o estudo, garantindo que, nas restantes cidades, a taxa varia de 1% a 15%.
Já nas áreas rurais, o SETSAN estima que cerca de 1.38 milhão de pessoas estejam, neste momento, a enfrentar níveis elevados de insegurança alimentar aguda, em pelo menos 50 distritos analisados, “como resultado da combinação de diferentes choques que afectaram os meios de sustento dos agregados familiares e o acesso a alimentos”.
“A magnitude e a severidade da Insegurança Alimentar Aguda observada neste período (novembro de 2021 a março de 2022) resulta dos efeitos do terrorismo na província de Cabo Delgado e escassez de chuva nos distritos localizados nas zonas áridas e semiáridas das províncias de Manica, Tete e Gaza que têm estado a reduzir a capacidade de produção agrícola dos agregados familiares”, sublinha a fonte.
Refira-se que IPC de Insegurança Alimentar Aguda é um conjunto de ferramentas e procedimentos usados para classificar a gravidade e as características de crises alimentares e de nutrição agudas, bem como a insegurança alimentar crónica, com base em padrões internacionais. IPC compreende quatro funções que se reforçam mutuamente, cada uma com um conjunto de protocolos específicos (ferramentas e procedimentos).
Fonte: a Carta