O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, disse hoje ter tomado conhecimento do suicídio de um dos líderes terroristas que actua na província de Cabo Delgado.
Ele explicou que esse suicídio teria ocorrido por conta da indecisão de entregar-se ou não voluntariamente às autoridades e beneficiar de “perdão”, como tem estado a acontecer com vários moçambicanos integrantes das fileiras dos terroristas.
“Tenho conhecimento de que há muitos que querem sair [das matas] para se apresentarem, mas estão com receio. O povo moçambicano nunca foi um povo de ódio. Podem voltar e estarão connosco e vamos construir o nosso país. Tenho a consciência de que não viverão completamente nas matas longe das famílias. Fiquei a saber que um dos líderes também acabou suicidando-se no mato por não ver o futuro e nem o fim da guerra e tendo receio de que não seria recebido na família”, disse, Filipe Nyusi.
O PR falava hoje, na cidade da Maxixe, província de Inhambane, no discurso das celebrações centrais do dia da Vitória e assinatura dos Acordos de Lusaka (Zâmbia), e condecoração de Combatentes da Luta de Libertação Nacional.
Na ocasião, o PR reconheceu as dificuldades inicias das Forças de Defesa Nacional em combater o terrorismo, a partir do primeiro ataque à Mocímboa da Praia, em Outubro de 2017, pela “novidade” do fenómeno que, segundo ele, já matou mais de dois mil moçambicanos.
“Gostaria de vos recordar que desde Outubro de 2017, alguns distritos da província de Cabo Delgado têm sido vítimas do terrorismo internacional que já ceifou a vida de mais de dois mil moçambicanos, destruiu um tecido social na região, assim como infraestruturas económicas e sociais, dentre públicas e privadas”, referiu.
Nyusi enalteceu os esforços dos militares moçambicanos que, coadjuvados pelos combatentes da Libertação Nacional, e tropas amigas internacionais, permitiram o alcance de sucessivos e contínuos progressos no combate ao terrorismo.
“É o caso do dia 08 de Agosto e outros no dia 22, onde as nossas forças colocaram fora de combate um dos líderes que dirigia as operações dos terroristas no nosso país. Alguns não acreditam, mas têm de acreditar, não há como! Não virão mais o Bonomar Machude, conhecido também por Ibin Omar, ou nas matas por Abu Suraka, juntamente com mais dois operativos de destaque”, referiu.
Mas notou que ainda não é momento para dizer que o fenómeno terminou, em Cabo Delgado.
“Os teimosos terroristas, em pequenos grupos, estão em constante fuga, agonia e sufoco. Não estamos a dizer que o terrorismo terminou e nem teremos o atrevimento de isso dizer porque essa é uma maldade internacional. Essas baixas no seio do terrorista não significam que o terrorismo tenha terminado”, disse Nyusi, vincando que a dianteira moçambicana está ciente de que “vencer uma batalha não significa vencer a guerra”.
Nesse sentido, o PR reiterou à denuncia de qualquer movimento suspeito que ocorra no território nacional.
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