A companhia nacional Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), onde o Estado detém a maioria das acções, acumulou um prejuízo estimado em seis milhões de meticais durante o ano de 2020.
Um relatório recente da LAM indica que nesse ano os prejuízos foram de (-6.027.757.054 meticais, segundo avança opais.
São resultados negativos que reduziram para menos de zero os ganhos obtidos pela empresa com a venda de bens e serviços, entre o transporte de passageiros, de carga e correios. Só com estes serviços, a companhia tinha conseguido resultados operacionais de cerca de 4.4 mil milhões de meticais.
Relativamente aos outros anos anteriores, o referente prejuízo é o mais elevado desde 2016.
Em 2019, o resultado negativo foi na ordem dos 3.6 mil milhões de meticais, depois de, em 2018, os prejuízos terem sido de cerca de 2.8 mil milhões. Já em 2017, as contas também estavam no vermelho (-2.088.030.607), um prejuízo menor quando olhamos para 2016, quando a queda da empresa aérea foi de cerca de três mil milhões de meticais.
A crise que a companhia tem estado a viver levou o Governo a repensar a sua reestruturação. Em 2018, dados os cancelamentos sistemáticos de voos, por falta de dinheiro para abastecer as aeronaves, o Governo garantiu estar a acelerar o processo de busca de parceiros “estratégicos”, de modo a viabilizar a LAM, no quadro da restruturação de empresas públicas e participadas pelo Estado.
Quatro anos passaram e não foi anunciado o desfecho deste processo.
E as metas internas da companhia têm resultado no fracasso. Exemplo disso é a promessa que o Director-geral, João Carlos Pó Jorge, deixou em 2019, referente a compra de novas aeronaves até 2021.
Para o ano 2021, a companhia esperava adquirir 10 aeronaves, tendo também falhado este objectivo.
“Nós temos que ter uma frota renovada e estamos a pensar em chegar ao fim de 2021 com quatro a cinco Boing 737 MAX, de preferência, que são os novos aviões, e uma frota de Q400, entre quatro e cinco, mas novos e não usados, como temos estado a fazer”, prometeu.
Actualmente a LAM opera com uma frota de seis aeronaves, todas alugadas.