O bilionário sul-africano Elon Musk apelou ao Presidente Cyril Ramaphosa para que se pronuncie pela desordem causado pelo cântico “Kill the Boer, kill the farmers/Mate os brancos, matem os agricultores” do líder dos Combatentes da Liberdade Económica (EFF), Julius Malema.

O cântico foi entoado durante as celebrações do 10.º aniversário do seu partido no Estádio FNB. Nas redes sociais houve alvoroços com Musk a reagir a um tweet do comentador norte-americano Benny Johnson. Musk acusou ao EFF de apelar ao genocídio dos brancos.

O tweet de Benny Johnson sugeria que a África do Sul se mentinha distante das preocupações raciais e sociais, mantendo-se “wokoness”.

Em comentário Musk escreveu: “Estão a insistir abertamente no genocídio dos brancos na África do Sul. @CyrilRamaphosa, porque é que não diz nada?”.

O Tribunal sul-africano da Igualdade decidiu, em Agosto passado, que a canção “Kill the Boer, Kill the Farmer”, cantada pelos apoiantes do EFF em Senekal, em outubro de 2020, não era um discurso de ódio.

No entanto, o AfriForum está a recorrer da decisão.

“O assunto foi ouvido no Supremo Tribunal e houve uma decisão sobre o assunto no ano passado. A questão também será submetida ao Supremo Tribunal de Recursos em setembro”, explicou Ernst Roets, Director de Política e Acção do AfriForum, na segunda-feira.

“Este acórdão cria um precedente muito perigoso. A decisão envia a mensagem perturbadora de que o incitamento a assassínios hediondos contra um determinado grupo – com base nas suas identidades – é aceitável e não implica qualquer sanção.

“A questão é saber se o canto da canção “Kill the boer, kill the farmer” é de facto um discurso de ódio

“Dado o facto de o caso ainda estar em apreciação e em vias de ir a tribunal, Malema não tem o direito de cantar a canção.”

O líder da Aliança Democrática (DA), John Steenhuisen, também anunciou na segunda-feira que o seu partido vai apresentar queixa contra Malema e o governo do ANC no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

“O primeiro elemento do nosso caso na ONU centrar-se-á no incitamento repetido de Malema à violência étnica”, disse Steenhuisen.

“O segundo elemento acusará o governo nacional do ANC perante a ONU por não ter tomado medidas contra o seu antigo protegido durante anos, mesmo quando os assassínios brutais nas explorações agrícolas continuam a aumentar na sequência da demagogia de Malema.”