Justiça procura gestores que abandonaram fábrica de cimento

As autoridades da justiça estão a investigar o paradeiro dos gestores da empresa Cimento Nacional, na província de Maputo, por terem abandonado a fábrica e saído do país sem explicações, deixando no desemprego cerca de 300 trabalhadores, foi hoje anunciado.

A procuradora-chefe da província de Maputo, Evelina Gomane, disse à Rádio Moçambique que a justiça está a realizar diligências junto das autoridades migratórias para identificar o paradeiro dos gestores da empresa visando apurar das razões que os levaram a encerrar a fábrica e a abandonar o país.

“Temos de fazer esta averiguação, trabalhando com as autoridades de migração para perceber em que momento estes gestores se terão ausentado da empresa”, afirmou Gomane.

A justiça está também a trabalhar com a Inspecção do Trabalho para uma avaliação das implicações do abandono da fábrica nos direitos dos cerca de 300 trabalhadores da empresa e sua protecção, nomeadamente o pagamento de indemnizações, acrescentou.

Evelina Gomane avançou que também estão a ser averiguados eventuais contornos criminais de toda a situação à volta do encerramento da empresa Cimento Nacional e sua saída do país.

Na quinta-feira, a secretária de Estado na província de Maputo, Vitória Diogo, disse à Rádio Moçambique que as autoridades remeteram uma informação ao Ministério Público para a determinação das implicações jurídicas da situação provocada pelo abandono da fábrica.

O mercado de cimento moçambicano sofreu um profundo abalo com uma redução acentuada no preço ao consumidor, com a recente entrada em operação da fábrica Dugongo, uma empresa de capitais chineses.

A Dugongo introduziu uma tabela de preços em metade do que era praticado no sector.

As empresas de cimento acusam a fábrica chinesa de concorrência desleal e já pediram ao Governo para intervir, alertando para o risco de encerramento e desemprego.

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