Irmão do PR ascende a todo o gás no negócio das minas

Irmão do PR ascende a todo o gás no negócio das minas

O Centro de Integridade Pública (CIP) aponta Cosme Jacinto Nyusi, irmão do Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, como um empresário em franca ascensão no sector mineiro, em Moçambique, na linha de um legado da nata governante, que representa um alto risco para ocorrência de corrupção.

Diz o CIP que Cosme J. Nyusi não tinha qualquer registo empresarial até 2015, ano em que Filipe J. Nyusi assumiu/tomou posse da presidência do país.

“Desde que o seu irmão ascendeu ao cargo de PR, [Cosme J. Nyusi] passou a criar empresas e a adquirir participações empresariais no sector mineiro”, lê-se numa nota do CIP, consultada hoje pelo MZNews.

De acordo com a ONG, Cosme J. Nyusi estreou-se no mundo dos negócios em 2017, “através da empresa Maganhux, Lda, dedicada à prestação de serviços na área de electricidade”. Em seguida, o irmão do PR chegou ao sector mineiro registando em seu nome, no mínimo, três empresas, entre 2019 e 2022. “Além disso, o irmão do PR adquiriu participações empresariais no mesmo sector”.

As empresas registadas em nome de Cosme J. Nyusi, jurista e Director dos Serviços de Justiça e Trabalho na Cidade de Maputo, estão em “províncias altamente ricas em recursos naturais, com destaque para Nampula, Cabo Delgado, Tete e Manica”.

Trata-se da BEITTA Resources, Lda, em Cabo Delgado; a JOMACO Minerais, Lda, em Tete; e a mais recente é Dinema Minerais, Lda, baseada em Nampula. Em 2020, adquiriu participação na Crystal Mining, Lda, que actua na Zambézia e Nampula.

Estas empresas, com sócios, alguns ligados à família Nyusi, dedicam-se à exploração, comercialização e exportação de recursos minerais, naturais, prospecção, compra e venda de minerais diversos, entre outras.

Classificado como um “cidadão inexpressivo no sector empresarial nacional”, Comse J. Nyusi segue um padrão dos presidentes moçambicanos e suas famílias, nomeadamente, Joaquim Chissano e Armando Guebuza. Ou seja, “a ascensão de figuras politicamente expostas no mundo empresarial, e no sector de mineração em particular, é padrão em Moçambique”, escreve.

Porém, não é o único a investir no sector mineiro. “Antes de Cosme introduzir-se no mundo empresarial, Florindo Nyusi, filho do PR, já tinha registos empresariais no sector mineiro”, lê-se.

“Em 2016 Florindo registou a Flomining, SA, como sociedade anónima. A empresa está baseada nas províncias de Niassa, Tete e Manica. Nesta última a Flomining, SA obteve concessões numa área de cerca de 4000ha para a exploração de ouro nos distritos de Manica e Machipanda. A Flomining, SA opera na província de Manica desde 2018. As concessões atribuídas à mineradora são exploradas por mineradores chineses” lê-se.

O CIP reconhece que a participação de familiares dos presidentes no sector mineiro não é ilegal, mas alerta para os elevados riscos de “corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro”.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.