A Igreja Anglicana de Moçambique vai construir 50 casas de argila e garrafas plásticas e de vidro colectadas em lixeiras locais, para o mesmo número de famílias, no distrito de Gondola, província de Manica, no centro do país.
Esta iniciativa vai incidir sobre famílias que perderam as suas casas durante as guerras travadas no centro de Moçambique entre os guerrilheiros da Renamo e as forças do Governo, desde 2016 quando os grupos contestatários estavam sob comando de Afonso Dlhakhama e, depois, em 2019, de Mariano Nhongo, ambos já falecidos.
O projecto semelhante de casas ecológicas de um quarto e sala já foi implementado do Sul do país e agora vai abranger uma pequena população de Gondola vivendo em condições precárias.
Após uma ajuda inicial com alimentos e vestuário, as condições precárias de habitação ficaram por resolver, disse o padre da Igreja de Gondola, Francisco Charles.
“A igreja não pode viver apenas do Evangelho”, referiu.
“Vimos que podíamos fazer alguma coisa para dar um sorriso àquelas pessoas que estão a sofrer e decidimos fazer uma campanha, tendo surgido o apoio para a construção destas casas”, revelou.
Virgílio Jambo, vereador para a área de saúde e saneamento no município de Gondola, refere que o projecto, além de ajudar a limpar a vila, vai solucionar o problema de habitação.
“A ideia é ter um bairro ecológico”, contou.
A casa de um quarto, sala e varanda vai usar 17 mil garrafas de plástico, enquanto a de garrafas de vidro vai recorrer a 27 mil, para o mesmo tamanho e compartimentos.
O projecto que arrancou em Setembro de 2021 vai ter uma duração de três anos, já está a implantar duas das 50 casas previstas e conta com o financiamento da Tearfund, uma agência cristã internacional.