A ex-Ministra do Trabalho, Helena Taipo, confirmou, esta terça-feira, em sede de Tribunal, a ocorrência de esquemas fraudulentos na adjudicação de contratos e que levaram ao desvio de dinheiro de mineiros moçambicanos na África do Sul do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Apesar de assumir a ocorrência de actos de corrupção durante o seu mandato, a ex-ministra recusa o seu envolvimento em qualquer dos casos.
Taipo está no banco dos réus, como arguida, por alegado envolvimento em casos de corrupção que culminaram com o desvio de mais de 100 milhões de meticais, do fundo de pensões dos mineiros.
A antiga Ministra endossou explicações sobre o caminho dado ao dinheiro à então Directora do Trabalho Migratório, que também está no banco dos réus.
“A Directora do Trabalho Migratório (Anastácia Zitha) é quem pode responder sobre isso”, disse Taipo, questionada sobre as razões que ditaram o desvio dos fundos.
No entanto, recordou Taipo de um contrato celebrado avaliado em mais de três milhões de meticais para fornecimento de cortinados e mobiliário, com a empresa da esposa do outro arguido no processo, que na altura era coordenador dos assuntos dos mineiros.
Um outro contrato tem a ver com o fornecimento de cabazes milionários durante as épocas festivas.
“Até há bem pouco tempo continuava a receber”, revelou.
Relativamente aos contratos arrolados no processo, a ex-Ministra disse terem que ver com algum tipo de favoritismo nas adjudicações de contratos para a prestação de serviços ao ministério.
“A minha função e as competências nestes processos, centravam-se na viabilização e aprovação dos expedientes”, disse, sem assumir outras responsabilidades.
A audição da ex-Ministra do trabalho continua hoje, na Katembe.