Governo quer o reforço da linha de crédito para comercialização agrícola e segurança alimentar

Governo quer o reforço da linha de crédito para comercialização agrícola e segurança alimentar

O ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, reconheceu a importância e urgência do reforço da capacidade da Linha de Crédito para a Comercialização Agrícola (LCCA), um instrumento co-financiado pelo Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) e pela Gapi.

O instrumento  está disponível em todo o País através das quinze delegações da Gapi-Sociedade de Investimentos e suas dez unidades de implementação de projectos, que trabalham para financiar centenas de comerciantes de pequena e média dimensão envolvidos na colocação no mercado da produção de centenas de milhares de famílias camponesas, indica uma nota informativa.

“Todos nós conhecemos a Gapi e sabemos o que fazem, estamos bastante satisfeitos pelo desempenho que estão a ter na implementação desta linha de crédito e reconhecemos a necessidade de mobilizarmos mais recursos para o reforço da mesma, dada a crescente demanda e a sua importância estratégica”, disse no acto o titular da pasta da Indústria e Comércio.

A Gapi, na qualidade de parceira estratégica do Governo neste domínio, se fez presente em todas elas, sendo que em algumas, procedeu-se à contratação de novos financiamentos, simbolizados pela entrega de cheques.

Desde a sua criação, em 2019 e até finais de 2023, a LCCA já financiou 357 operações de crédito num montante de 425.200.000 MZN dos quais 330, no valor de 399.000.000 foram para a comercialização e 27, no valor de 26.200.000 foram para o agro-processamento. Do número total de operações, cerca de 40% foram para cidadãos com menos de 35 anos de idade.

Em representação da Gapi na cerimónia central em Mandimba, o Director Regional Norte, Salomão Chaile, disse que a LCCA “é um exemplo de uma parceria que promove a segurança alimentar e nutricional e o desenvolvimento inclusivo”.

Frisou ainda que “na estrutura económica e social de Moçambique, a segurança alimentar e nutricional e o crescimento económico inclusivo são como duas faces da mesma moeda. Uma não existe sem a outra”.

“Num contexto de cadeia de valor, a comercialização agrícola é um elo-chave para o desenvolvimento e, por isso, faz parte da estratégia da Gapi. Esta visão de cadeia de valor é indispensável, porque a integração dos camponeses num sistema de geração de renda não se realiza apenas com a introdução de tecnologias para que produzam mais e melhor”, fundamentou Chaile.

Este acrescentou ainda que “a comercialização agrícola é um elo-chave para a segurança alimentar e nutricional pois, se a produção dos camponeses não se converter em receitas que permitam adquirir outros bens e serviços, incluindo outros alimentos, não haverá estímulo para que os camponeses alterem os seus processos tradicionais confinados à subsistência e, consequentemente, facilmente vulneráveis”.

Durante a sua intervenção nas referidas cerimónias centrais, Chaile convidou entidades públicas e privadas a participarem na estrutura financeira e de gestão da LCCA, para juntos reforçarem a rede de comércio rural e estimularem, desta forma, a produção e valorização de excedentes agrícolas, concluindo que sobre instrumentos financeiros para se melhorar a comercialização agrícola em Moçambique “não há necessidade de se reinventar a roda”. Esta palavras mereceram o aplauso de participantes na cerimónia.

Nas cerimónias comemorativas da importância da comercialização agrícola, os representantes da Gapi em todas as províncias partilharam a estratégia da instituição sublinhando que a Gapi é uma sociedade financeira de desenvolvimento que promove a inclusão e o acesso a crédito através de programas e projectos que combinam serviços financeiros com capacitação técnica e de gestão.

Também promovem  assistência à constituição e operação de organizações de produtores que operem como agregadores para a obtenção de maior escala e sustentabilidade da actividade de comercialização.

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