O ministro da Saúde anunciou que precisa de dois milhões de dólares para a reconstrução no Centro de Saúde de Palma, destruído em Março pelos grupos armados que têm atacado Cabo Delgado.
“É uma infraestrutura que tinha sido reabilitada recentemente e apetrechada com equipamento de ponta, está completamente destruída. É crime”, declarou Armindo Tiago, falando durante uma visita para avaliar os danos da acção terrorista em Palma, citado pela Televisão de Moçambique.
No total, segundo o governante moçambicano, o Ministério da Saúde precisa de dois milhões de dólares para a reconstrução de duas novas enfermarias.
Embora o bloco operatório tenha sido poupado, a parte do atendimento externo, incluindo a maternidade, foram vandalizadas, estando em curso a elaboração do cronograma para a reabilitação da infraestrutura.
“Tinha todo o equipamento e está tudo queimado hoje. É uma desolação total”, declarou o ministro moçambicano.
O ministro avançou que o executivo moçambicano procura meios de transformar o Centro de Saúde de Palma em hospital distrital.
Além de Palma, segundo Armindo Tiago, o executivo moçambicano vai reabilitar as unidades de saúde dos distritos de Macomia e Mocímboa, pontos também afectados pela violência armada em Cabo Delgado.
O ataque a Palma, junto ao projecto de gás em construção, ocorreu em 24 de Março, tendo provocado dezenas de mortos e feridos.
O distrito acolhe o projecto de exploração de gás natural liderado pela Total, o maior investimento privado em África (na ordem dos 25 mil milhões de dólares), entretanto suspenso devido à insegurança na região.
O conflito já provocou mais de 3 100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 800 mil deslocados, segundo as autoridades.
Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde Agosto de 2020.
Agência Lusa