Governo deixa de subsidiar preço do algodão caroço a partir desta campanha agrária

O governo deixa de subsidiar o preço do algodão caroço na presente campanha agrária, ao contrário do sucedido na anterior, em que, de forma inédita, investiu 240 milhões de meticais para garantir a manutenção do preço mínimo.

A informação foi partilhada pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, em Netia, distrito de Monapo, província de Nampula, depois de as empresas algodoeiras terem garantido que se responsabilizariam pela manutenção do preço de 25 meticais por quilo na presente campanha.

“Este ano, em virtude do bom desempenho, não será necessário um subsídio ao preço pelo Governo. Queremos felicitar as partes envolvidas e, mais uma vez, fazer referência ao nível de organização que permite um diálogo orientado para resultados”, afirmou o ministro.

O consenso foi alcançado após negociações entre produtores e empresas fomentadoras, intermediadas pelo Governo.

O preço de 25 meticais o quilo foi proposto pelos produtores, através do Fórum Nacional dos Produtores de Algodão (FONPA), contra os 24,50 da Associação Algodoeira de Moçambique, mas a mediação do Governo resultou no consenso almejado.

Correia revelou que, graças ao subsídio que o Executivo concedeu no ano passado, a produção do algodão cresceu 75% e garante rendimentos a 150 mil famílias de pequenos agricultores, saindo de 30 mil para 52 mil toneladas.

Como resultado, segundo o governante, há duplicação nas exportações da fibra, passando de 20 milhões de dólares para cerca de 38 milhões dólares. Por via disso, a receita do Estado poderá superar os 70 milhões de meticais contra os 21 milhões de meticais em 2020.

“O nosso compromisso, como Governo, é continuar a estimular o crescimento do sector e, este ano, vamos expandir o Algodão-Sustenta e ainda assegurar que, próximo ano, o preço de referência se mantenha estável e protegido de eventuais choques cambiais ou de mercado”, assegurou.

O presidente do Fórum Nacional dos Produtores de Algodão, Benson Simoco, disse que a campanha 2020-201 foi boa e motivadora, e considerou justo o consenso alcançado por reconhecer os esforços das famílias produtores desta cultura de rendimento.

“Foi uma campanha bem acolhida pelos produtores devido ao aumento do preço por quilo, o que motivou maior adesão e inscrição de novos membros que ampliaram as suas áreas de produção”, anotou.

Francisco João Ferreira dos Santos, presidente da Associação Algodoeira de Moçambique, apontou que o preço alcançado vai satisfazer os anseios do sector.

“Aquilo que o nosso Governo investiu para o aumento da renda do produtor foi tão importante para minimizar os impactos da crise. Permitiu multiplicar aquilo que vamos colher este ano e, todos nós, sem excepção, conseguimos estruturar esta operação extraordinariamente complexa em muito pouco tempo”, concluiu.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.