Ex-Ministros em rota de colisão: Fernando Sumbana Jr. vs Ragendra de Sousa

Ex-Ministros em rota de colisão: Fernando Sumbana Jr. vs Ragendra de Sousa

Os accionistas da Companhia Açucareira do Búzi, representados pelo antigo Ministro da Juventude e Desportos (2009-2014), Fernando Sumbana Júnior, acusam o antigo Ministro da Indústria e Comércio (2017-2020), Ragendra de Sousa, de faltar com a verdade sobre uma alegada desistência de investidores estrangeiros interessados em ‘revitalizar’ aquele empreendimento.

De acordo com Ragendra de Sousa, o Governo encontrou parceiros quenianos, baseados na Inglaterra, para investir na Açucareira do Búzi, mas estes teria desistido do negócio porque, “à última hora”, os accionistas da empresa aumentaram o preço do empreendimento em cerca de 9.200,000 dólares.

“Eles nos disseram que já tinham tudo pronto. Mas também nos informaram que o parceiro nacional, que tinha acordado 800 mil dólares pela passagem [da empresa], aumentou o preço para 10 milhões [de dólares]”, disse Ragendra de Sousa, na entrevista concedida ao canal televisivo STV, na semana passada.

Em defesa da Companhia do Búzi, Fernando Sumbana Jr., sócio de uma das empresas accionistas, disse que os 800 mil dólares referidos por Ragendra de Sousa nem sequer cobrem as despesa de faxina da empresa.

“Oitocentos mil dólares nem dão para fazer limpeza [do terreno] na Companhia do Búzi! Portanto, estes são números que estão completamente desfasados da realidade”, disse, esta quarta-feira, Sumbana Jr. ao mesmo tempo que alegava nunca ter ouvido falar desses investidores e nem dos números.

“Mas quais investidores? Com quem falou? A quem apresentou esses investimentos? Ainda que tivéssemos ouvido falar dos números, com os accionistas que lá estão, nunca haveriam[os] de querer fazer investimentos de 800 mil dólares, quando estava a pagar à banca milhões de dólares”, frisou o antigo Ministro.

Estupefacto com o salto em cerca de 9.200,000 dólares, do valor supostamente acordado no princípio das negociações, Sumabana Jr. vincou que os tais 10 milhões de dólares seriam insuficientes para abrir mãos do empreendimento.

“É preciso fazer algumas contas para fazer certas afirmações. E diz que os investidores saltaram de 800 [mil dólares] para 10 milhões de dólares. […] Mas 10 milhões de dólares também não dão para investir na companhia do Búzi”, disse.

Fernando Sumbana Jr. disse ainda que as declarações surgem num período em que os accionistas já estão a trabalhar nas soluções encontradas e isso “parece uma tentativa de bloqueá-las”.

“Os accionistas das Companhia do Búzi não souberam de nenhuma iniciativa tomada pelo antigo Ministro para apoiar a empresa. Não estou a falar do financiamento. E, devido à dimensão e impacto social da empresa, seria desejável e de esperar que ele [Ragendra de Sousa], na qualidade de Ministro da Indústria e Comércio, se preocupasse com aquela Companhia”, rematou Sumbana Jr.

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