A Empresa Electricidade de Moçambique (EDM), na província de Nampula, relata prejuízos na ordem de dez milhões de meticais devido ao roubo e vandalização das suas infra-estruturas, de Janeiro a esta parte.
Isalde Guerreiro, substituto do director da EDM na delegação de Nampula, anunciou na terça-feira, na sequência da apresentação a jornalistas, pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), de um indivíduo acusado de comercializar cabos eléctricos no mercado informal.
“Temos um prejuízo acima de dez milhões de meticais, desde o início deste ano”, disse Guerreiro.
Segundo a fonte, a EDM vem sofrendo roubo e vandalização de material eléctrico nos bairros de Namicopo, Carrupeia e Murrapaniua. “Roubam-nos cabos subterrâneos e aéreos, vandalizam os transformadores e retiram o óleo neles usado”, confirmou.
Por sua vez, o SERNIC, através da sua porta-voz em Nampula, Enina Tsinine, referiu que são recorrentes os casos de roubo de materiais da EDM com o envolvimento inclusive de seus trabalhadores.
“É um caso que já vimos seguindo há meses e é crime cometido de forma reiterada embora com arguidos diferentes e sempre em conexão com trabalhadores da EDM, alguns dos quais, diz a empresa, são sazonais. Chamamos a atenção à empresa para ser mais cautelosa em relação aos trabalhadores a quem são atribuídos a responsabilidade de guarnecer os materiais nos armazéns”, afirmou.
O indivíduo indiciado da venda de material roubado admitiu ter prestado trabalhos, de forma sazonal, na central eléctrica da cidade de Nampula e que teria recebido de funcionários seniores da empresa, mês passado, quantidades não especificadas de cabos subterrâneos para a venda.
“Foi no mês passado que eles tiraram os cabos do armazém, na central eléctrica, e meteram num carro da empresa e foram deixar-me num local onde aguardei apenas pelo comprador. Um metro custava 500 meticais. Assim, estou aqui desde quinta-feira”, explicou.
Contudo, Isalde Guerreio desmente as acusações, mas reconheceu que houve colaboradores sazonais que se envolveram em roubos. “Desmentimos essas afirmações, não confirmamos. Eventualmente são contratados de forma sazonal que se envolvem em roubos de material. Estamos a trabalhar com a Polícia e temos resultados, como é o caso desse indivíduo com 40 metros de cabo de cobre e alumínio no valor de 150 mil meticais”, anotou.
Guerreiro adiantou que a EDM tem realizado acções nas comunidades para que os seus clientes e consumidores sejam vigilantes, denunciando casos de roubo e vandalização de equipamento. Entretanto, a porta-voz do SERNIC apresentou também o gerente de um armazém de venda de produtos alimentares, na cidade de Nampula, acusado de passar cheques sem cobertura para pagamento de mercadoria a pelo menos sete intermediários, num valor aproximado de dois milhões de meticais.