A província de Inhambane tem instituições do Estado a funcionar em infra-estruturas adquiridas a empresas associadas à família do antigo Ministro das Finanças supostamente envolvido nas Dívidas Ocultas, Manuel Chang, segundo o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD).
A Procuradoria Provincial de Inhambane – avaliada em 250 milhões de meticais, mas adquirida por 270 milhões de meticais –; o Gabinete Provincial e Combate à Corrupção (GPCC); A Direcção Provincial da Cultura e Turismo; e o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) – Autoridade Reguladora das Telecomunicações, foram adquiridos a empresas ligadas ao antigo Ministro das Finanças.
Com excepção do GPCC, os edifícios onde funcionam as outras instituições acima identificadas foram vendidos ao Estado pela empresa Consórcio Investimentos Imobiliários, LDA.
“A empresa Consórcio Investimentos Imobiliários, LDA é descrita como sendo um instrumento de branqueamento de capitais provenientes do escândalo financeiro das dívidas ocultas”, lê-se.
Segundo o CDD, a empresa está sub gestão de Ingilo Dalsuco, o genro do antigo Ministro das Finanças, apontado como sendo “testa de ferro” dos negócios de Manuel Chang.
Uma outra publicação numa rede social refere que Dalsuco é proprietário de mais de 40 unidades habitacionais de luxo só na cidade de Maputo. “Em Inhambane tem mais de 15 casas” onde, pelo menos, até 2019, uma era utilizada por uma delegada da Autoridade Tributária e noutra funcionava uma delegação da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).
De acordo com a Organização Não Governamental (ONG), houve relações “promíscuas” entre instituições de Justiça e o antigo Ministro das Finanças, algumas das quais se revelam com “as recentes aquisições de edifícios pertencentes à família de Manuel Chang”.
“Os negócios pouco transparentes envolvendo o Estado e a família Chang jamais serão investigados uma vez que envolvem as instituições de Justiça, nomeadamente o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Inhambane, a Procuradoria Provincial de Inhambane e o Tribunal Judicial da Província de Inhambane”, alerta o CDD.
Deixe uma resposta