O estudo intitulado “A Partilha de informações e conhecimentos aos agricultores urbanos para a construção de práticas agrícolas: o caso do Vale do Infulene, Moçambique”, do docente da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Arsénio Jorge, foi considerado a melhor tese de doutoramento em Sociologia, no ano de 2024, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Brasil.
A distinção coloca Moçambique no radar da pesquisa científica global e reforça o papel da UEM como um centro de excelência na produção de conhecimento.
A pesquisa de Arsénio Jorge mergulha no universo da agricultura urbana no Vale do Infulene, analisando como os agricultores locais partilham conhecimentos e combinam práticas tradicionais com inovações técnicas.
A investigação destaca o impacto da urbanização acelerada, a precarização do trabalho agrícola e os desafios enfrentados por pequenos produtores para se manterem activos num ambiente de constante transformação.
O estudo expõe ainda desigualdades estruturais, como a exclusão de mulheres agricultoras no acesso a recursos e o domínio de lideranças masculinas na tomada de decisões sobre práticas produtivas.
Com um olhar interdisciplinar, Arsénio Jorge cruzou metodologias da agronomia, sociologia e estatística, para fornecer um diagnóstico robusto sobre os processos produtivos na agricultura urbana. Além de ampliar o conhecimento sobre o tema, a tese tem um forte impacto social ao fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade alimentar e a valorização dos pequenos agricultores urbanos.
A cerimónia de premiação aconteceu no Brasil, mas, por motivos pessoais, Arsénio Jorge não pôde estar presente. No entanto, o reconhecimento da sua pesquisa transcende fronteiras e consolida a sua trajectória como um dos mais promissores académicos moçambicanos na área da sociologia aplicada à agricultura.
Licenciado em Agronomia e Engenharia Florestal e Mestre em Extensão Rural pela UEM, Arsénio Jorge agora soma ao seu currículo o título de Doutor em Sociologia pela UFMG, provando que o talento e a investigação científica desenvolvidos em Moçambique têm impacto global. (Nota Informativa, UEM)
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