Diferendos financeiros com a LAM levam companhia aérea Mex a suspender operações em Moçambique

Diferendos financeiros com a LAM levam companhia aérea Mex a suspender operações em Moçambique

As operações da companhia aérea Moçambique Expresso (Mex) estão “lamentavelmente” suspensas desde quinta-feira da semana passada (31 de Agosto), devido a conflitos com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).

Citando um a circular interna, a Lusa (via Notícias ao Minuto) refere que a suspensão envolve voos domésticos e regionais.

Ao serviço da LAM, de quem é subsidiária, a Mex opera três aeronaves de médio porte para variados destinos nacionais e regionais.

Num outro documento anterior também citado pela fonte, a Mex diz que, além dos voos, realizou diversos trabalhos de assistência às LAM em terra, e demonstra-se indignada por tudo isto receber “apenas 200.000 dólares”, para pagamento de ordenados e outras despesas.

“A não canalização dos valores à Mex coloca a empresa em situação de falta de liquidez para honrar os seus compromissos com fornecedores, colocando a empresa em risco de fechar portas”, anuncia a nota.

Os riscos financeiros da LAM levaram o Governo a decidir por colocá-la sob gestão da Fly Modern Ark (FMA) para uma possível reestruturação, algo que parece estar a apresentar resultados positivos e satisfatórios. Já lá se vão três meses.

Entretanto, a Mex notou que desde 01 de Junho a LAM reduziu a frequência de uso da sua frota, comprometendo assim, “a capacidade desta de gerar receita para suportar os seus custos, para além de subutilização dos recursos financeiros disponíveis.”

Na altura, a Mex sugeriu à busca de soluções entre si, a LAM, incluindo a FMA, para evitar o encerramento das suas portas no país.

“A não resolução destes assuntos colocam a Mex em situação de parar as operações a qualquer momento”, alertava, na mesma carta.

A Mex revela igualmente que tem vindo endividar-se com fornecedores, “cuja participação nas suas operações é vital para a continuidade” da empresa, neste caso associadas a motores e manutenção, por parte da Rolls-Royce, Embraer e American General Supplies.

A Mex deve à Embraer, de 1.167.309,89 dólares, referente à aquisição da frota ERJ145.

Numa carta, a Mex propôs à Embraer pagar 50% dessa dívida, no início deste ano, de 583.654,95 dólares. Sem resolução desta dívida, a direcção da Mex reconhecia já então que o diferendo “impede de receber ou solicitar qualquer serviço ou apoio técnico da Embraer”.

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