“Comentários não resolvem problemas de raptos” disse Presidente da República

“Comentários não resolvem problemas de raptos” disse Presidente da República

​O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, hoje, que os crimes de raptos devem ser combatidos com acções e esforços conjuntos, incluindo a cooperação internacional, pelo que “simples comentários” não resolvem o problema.

Reconheceu que o fenómeno, que impera no país desde o ano de 2011, tem estado a gerar um clima de medo e insegurança, principalmente​, entre a classe de empresários e suas famílias que constituem as maiores vítimas.

Falando na Assembleia da República​, em Maputo, durante a apresentação do seu último Informe sobre o Estado Geral da Nação, referiu que, devido à sua dimensão​ e complexidade organizaciona​is, o fenómeno transnacional constitui um desafio para as autoridades nacionais, regionais e internacionais.

“Portanto, caros compatriotas, este é um problema. Um problema que não deve ser resolvido com simples comentários. Precisamos sentar e reflectir sobre o fenómeno”, disse.

O Chefe do Estado reconheceu, entretanto, que o assunto é, entre tantos outros, o que não conseguiu estancar, apesar dos contínuos esforços.

“Não convém dizer que resolvemos o problema de raptos. Não. Mas estamos a combater o problema de raptos dentro das nossas capacidades”, reconheceu.

Nisto, lamentou o facto de as vítimas dos raptos optarem por não contribuir com as autoridades para o esclarecimento de cada caso.

“É real, compatriotas, que as pessoas resgatadas depois não falam”, disse, frisando que as vítimas se recusam a colaborar por “medo”.

​Referiu que os números de vítimas sobre os raptos no país é divergente – cerca de 22 raptos entre Janeiro de 2022 e Agosto de 2024 -, havendo, porém, pessoas detidas, entre nacionais e estrangeiros, e o desmantelamento de cativeiros e recuperação ou resgate de algumas vítimas. “Oito casos foram frustrados por acção policial com colaboração da comunidades, onze esclarecidos, cujas vítimas foram restituídas ao convívio familiar. Foram detidos 57 indivíduos e desmantelados quatro cativeiros”.

Em conexão com esse tipo legal de crimes foram detidos, nas últimas duas semanas, três cidadãos nacionais que já estão a colaborar com as autoridades. Eles já revelaram a identidade de um dos mandantes que, por sinal, também é um empresário, que está fora de Moçambique. As autoridades estão no encalço do “mandante”. “Accionamos a Interpol para nos ajudar. Se conseguirmos essa pessoa, pelo menos vai dar a pista base da motivação do que faz”.

Assegurou que existem efectivos nacionais em formação específica, dentro e fora do país, para combater esse tipo de crimes. E notou que, por questões estratégicas de acordos com algumas nações, não se poderá revelar onde decorrem as formações “anti-raptos”. Referiu que algum efectivo formado no exterior já está de regresso ao país, e o resultado tem sido o resgate de vítimas e desmantelamento de cativeiros, em curto espaço de tempo.

“É um problema que está muito longe de ser ultrapassado e há a necessidade de a sociedade colaborar”, frisou.

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