Em Moçambique morreram 315 pessoas durante três meses de protestos pós-eleitorais, de acordo com um relatório preliminar da Plataforma Decide sobre o contexto pós-eleitoral no país.
O documento divulgado na quarta-feira (22) apresenta dados de denúncias de mortos, feridos e detidos entre 21 de Outubro de 2024 e 21 de Janeiro de 2025. No que se refere a mortes, os dados cobrem ocorrências até 16 de Janeiro de 2025.
A maioria das mortes foi causada por disparos de balas letais “verdadeiras/reais” e cerca de nove porcento por atropelamentos, agressões físicas e inalação de gás lacrimogéneo, entre outras.
“Dos dados totais preliminares, cerca de 6% são menores, 3.1% mulheres e 4.7% foram agentes das Forças de Defesa e Segurança” constatou a Plataforma.
Foram registados mais de três mil feridos por diversas causas, com destaque para os baleados que perfazem um total de 730 em todo o país.
Foram verificadas cerca de 4.236 detenções ilegais em todo o país, onde cerca de 96% dos detidos encontram-se em liberdade. “Cerca
de 96% dos detidos encontram-se em liberdade”.
Nesse período, cinco pessoas foram dadas como desaparecidas em Maputo, Inhambane, Sofala e Nampula.
Esses dados, conforme a Plataforma, foram obtidos por via de denúncias a si canalizadas.
As manifestações de que trata o documento foram convocadas pelo então candidato presidencial, Venâncio Mondlane. Elas decorreram em quatro fases, tendo aumentado a intensidade de violência após o anúncio dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional a 23 de Dezembro de 2024, atribuindo vitória para a FRELIMO e o seu candidato Daniel Francisco Chapo. “Como consequência, o número de vítimas mortais, feridos e desaparecidos duplicou”.
O relatório apresenta o total de mortos, feridos e baleamentos em cada fase.
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