O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, critica a proliferação de construções desordenadas em Moçambique, a maior parte das quais não contempla a provisão de serviços utilitários, tais como água e energia.
Falando durante a cerimónia de abertura do 1.º Congresso de Arquitectura em Moçambique, evento de dois dias que teve início ontem em Maputo, que se realiza sob o tema: “Resiliência do Edificado; Desafios da Prática Profissional em Moçambique”, Mesquita disse não existir actualmente, um real planeamento ao longo do território moçambicano, facto que dificulta a instalação das redes de saneamento, electricidade, água.
Para o governante, infelizmente, os arquitectos nada fazem para reordenar os espaços existentes, e “os nossos filhos vão perguntar o que é que nós andamos a fazer, por isso, precisamos de saber responder”.
“Temos a responsabilidade de fazer e deixarmos as coisas melhores. Quantos aglomerados estão a ser construídos ao longo de todo o território nacional, onde é que está o planeamento, o ordenamento, é casa para a direita, casa para a esquerda, quer se fazer o lançamento das redes de água, energia, temos que andar ali aos ziguezagues, porquê?”, questionou Mesquita, citado pela AIM.
Criada há seis anos, a Ordem dos Arquitectos de Moçambique (OArQ) tem, segundo o ministro, vindo a consolidar o seu espaço no panorama nacional e a realização do 1.º congresso testemunha a evolução e o papel vital da Ordem nos moçambicanos.
O Executivo está firme em prestar o seu apoio à ORAR por ser vital para assegurar a implementação de mecanismos mais abrangentes e eficazes que regem a prática profissional da arquitectura no País.
Entretanto, o ministro propôs que todas as Ordens existentes no País tenham um único prédio, onde estejam instaladas todas as suas sedes nacionais, como forma de estabelecer padrões consensuais e elevados, promover a excelência e inovação da arquitectura.
Por seu turno, o bastonário da OrAQ, Luís Lage, disse que o arquitecto deve buscar soluções sobre o urbanismo e o ordenamento territorial, dois paradigmas que podem representar um avanço na agenda de promoção do desenvolvimento inclusivo e sustentável do País.
“Este 1.º Congresso é hoje uma oportunidade única para a nossa comunidade de arquitectos, planificadores físicos e urbanistas de se inspirar e aprender a dialogar sobre as melhores práticas e os desafios futuros. É uma chance de fortalecermos a nossa profissão, a nossa actuação no mundo da arquitectura”, vincou Lage.
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