Campanhas eleitorais: Partidos ignoram questões de acessibilidade para pessoas com deficiência

Campanhas eleitorais: Partidos ignoram questões de acessibilidade para pessoas com deficiência

Contadas fora das contas inclusivas as pessoas com limitações físicas (especialmente indivíduos cadeirantes) e cognitivas (visão, fala e audição) quando o assunto é campanha política de caça ao voto.

O Consórcio Eleitoral Mais Integridade revelou, hoje, em Maputo, que, muitas vezes, os partidos políticos não têm observado as questões de acessibilidade de espaço e informação para aquele grupo de pessoas.

“À semelhança das dinâmicas da primeira semana, as pessoas com deficiência não estiveram representadas em 60% da actividades de campanhas observadas”, disse o Director Executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale.

O representante do consórcio falava durante a apresentação do balanço da segunda semana de campanhas eleitorais, visando o escrutínio de 09 de Outubro próximo.

Nesse período, apenas foram mencionadas algumas preocupações com pessoas com deficiência em sete por cento das actividades. Na primeira semana, as questões preocupantes com aquele grupo de pessoas não foram abordadas em 60% das actividades, e foram mencionados em oito por cento dos casos.

No que respeita à acessibilidade para pessoas com deficiência, na segunda semana, verificou-se que a questão foi negligenciada em 90% das campanhas eleitorais. Na primeira semana, o cenário foi verificado em 88% das campanhas.

Além disso, o consórcio constatou que nas campanhas eleitorais não houve a presença de intérpretes para traduzir em linguagem gestual as mensagens dos candidatos dos partidos.

“Estes dados sugerem que a acessibilidade para pessoas com deficiência continua a não ser prioridade para os partidos e as campanhas continuam a excluir mais uma vez eleitores com deficiência”, concluiu Nhanale.

Entretanto, o Fórum das Associações Moçambicanas de Pessoas com Deficiência (FAMOD) mostra-se satisfeito com o nível de “inclusão”, porquanto algumas pessoas foram integradas em diferentes fases do processo eleitoral em curso.

Pascoal Guirruta, presidente do FAMOD, na província de Inhambane, especificou que alguns membros da agremiação foram admitidos para desempenhar funções de brigadistas e de agentes de educação cívica.

Ele entende que esta abertura por parte dos órgãos eleitorais espelham os esforços para a inclusão e reconhecimento das capacidades das pessoas com deficiência.

“Procuramos nos integrar em todas as actividades políticas e participar activamente neste período das eleições”, disse Guirruta, citado pela Rádio Moçambique.

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