Cabo Delgado: Obras da fábrica de liquefação de gás retomam em 2023

Cabo Delgado: Obras da fábrica de liquefação de gás retomam em 2023

O economista-chefe do Standard Bank, Faúsio Mussá, prevê que o recuo da violência armada permita recomeçar as obras da fábrica de liquefação de gás, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, no primeiro semestre de 2023.

“A melhoria das condições de segurança pode ditar a retoma das obras de construção do complexo da TotalEnergies, na península de Afungi, na primeira metade do próximo ano”, lê-se na análise distribuída hoje.

Os trabalhos representam o maior investimento em África, da ordem dos 20 mil milhões de euros, e foram suspensos em Abril de 2021 depois de grupos armados terem atacado a vila de Palma, fazendo um número de mortos nunca revelado, entre residentes e trabalhadores estrangeiros.

“A nossa expectativa é que o projecto comece a exportar gás a partir de 2026, o que significa que entre final deste ano e a primeira metade de 2023 a Total Energies deve retomar a construção”, frisou.

O regresso aos trabalhos já chegou a estar previsto para este ano, mas a empresa anunciou que quer ver a segurança normalizada na região e remeteu nova avaliação para o final de 2022.

“Em princípio, é provável que a Decisão Final de Investimento” de um outro projecto adjacente, da Exxon, “seja tomada num período máximo de 12 meses após a retoma” da francesa Total Energies, concluiu Fáusio Mussá.

Há três projectos para extrair gás das reservas da bacia do Rovuma (que estão entre as maiores do mundo), através de furos no fundo do oceano Índico, 40 quilómetros ao largo de Cabo Delgado.

No entanto, só o projecto mais pequeno, em mar-alto, está pronto para arrancar.

Trata-se do projecto Coral Sul liderado pela ENI com uma fábrica de liquefação em mar-alto, numa plataforma flutuante que a partir dos próximos meses vai injectar o gás líquido para cargueiros, estando a produção vendida por 20 anos à petrolífera BP.

Os outros dois projectos recebem o gás em terra e podem produzir quatro vezes mais gás natural liquefeito (GNL) cada um, mas estão parados devido à insegurança: o projecto da TotalEnergies foi interrompido durante a construção, enquanto o da ExxonMobil ainda nem sequer chegou à decisão de investimento. (Impala/Lusa)

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