O Centro de Integridade Pública (CIP) avança que aos ataques insurgentes nos distritos da província de Cabo Delgado aumentaram no mês de Outubro devido aos protestos pós-eleitorais em Maputo.
Foram reportados ataques em Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia, tendo morrido três pessoas, no dia 23 de Outubro, no dia seguinte, no mesmo distrito, atacaram a aldeia de Mumu. No dia 26, três corpos foram encontrados no distrito de Macomia com sinais de degolação, nas margens do Rio Messalo. No dia 29 de Outubro, uma viatura de transporte de passageiros e carga detonou um engenho explosivo no posto administrativo de Mbau, sul de Mocímboa da Praia. Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico.
“A tendência ascendente de ataques mantém-se no mês de Novembro, com uma média de pelo menos um ataque a cada dois dias” lê-se numa publicação da ONG.
Este mês, aa aldeia de Manica, em Macomia, os insurgentes atacaram militares ruandeses; foram capturados dois cidadãos na aldeia de Mandela, distrito de Muidumbe; na aldeia de Mbau, em Mocímboa da Praia, houve ataques e incendeio de residências; foi atacada a aldeia de Tabata, no distrito de Muidumbe; em Muidumbe a Força Local foi atacada.
“Neste período, houve ainda sinais de movimentos de insurgentes para a região sul da província de Cabo Delgado. No dia 07 de Novembro insurgentes escalaram a aldeia de Minhanha, no distrito de Meluco, onde raptaram três raparigas adolescentes e saquearam comida. Minhanha é um povoado localização ao longo do rio Messalo, no distrito de Meluco, no centro de Cabo Delgado” refere.
No actual contexto político, para o CIP, a escalada da violência terrorista em Cabo Delgado já era previsível, considerando o que aconteceu em 2019.
Segundo o CIP, as atenções para um suposto Golpe de Estado elevaram a concentração das atenções para Maputo deixando Cabo Delgado vulnerável.
“Como o Governo não havia previsto uma violência pós-eleitoral de grande magnitude, que se assistiu entre os dias 21 de Outubro e 7 de Novembro, foi obrigado a deslocar recursos humanos e equipamentos de Cabo Delgado para Maputo para travar o Golpe de Estado ou a tomada de poder por vias inconstitucionais” escreve o CIP, citando o Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume.
Refere a ONG que os insurgentes se aproveitaram dessa “ausência de controle” em Cabo Delgado para intensificar os ataques. Realizaram várias incursões contra alvos militares e civis, com o uso, inclusive, de engenhos explosivos improvisados.
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