As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas estão a combater e perseguir grupos terroristas a partir das matas do distrito de Meufi, na província de Cabo Delgado.
De acordo com fonte da Força Local, citada nesta quinta-feira, pela DW, tratam-se de terroristas que alegadamente fugiram do distrito de Quissanga, passando pelas comunidades de Nanlia e Impiri, no distrito de Metuge, tendo uma força mista composta por militares e membros da Força Local interpelado os insurgentes na terça-feira, nas matas da aldeia de Mancuaia, onde decorreram combates.
“Após passarem pelas aldeias de Nanlia e Impiri, as autoridades militares tomaram conhecimento e destacaram um grupo para perseguir os rebeldes. E foi o que aconteceu, perseguimos, e nas matas de Mancuaia foi possível a troca de tiros”, disse um membro da Força Local envolvido nas operações, que pediu para não ser identificado.
A mesma fonte acrescentou que se registaram feridos do lado dos terroristas, mas não adiantou informação sobre baixas entre os militares: “Só posso garantir que saímos vitoriosos, alvejamos alguns terroristas, mas nada posso avançar sobre mortes ou feridos da nossa parte. Mas foi positivo”.
Desde terça-feira que as comunidades de Mancuaia, Sasalane e Sambene, assim como de alguns acampamentos a pelo menos 100 quilómetros da cidade de Pemba, têm estado a abandonar as suas residências, para a sede distrital de Mecúfi e Pemba, com receio de novos ataques.
“Transferi o meu filho para a escola primária e secundária Samora Machel de Pemba. A situação não está boa lá”, relatou um homem de 45 anos, que descreve o cenário em Mecúfi como incerto.
Fontes locais relatam que pelo menos quatro membros da Força Local ficaram feridos nos combates, além da destruição de uma viatura das Forças de Defesa e Segurança, após caírem numa emboscada.
Durante a fuga, os terroristas tinham raptado um casal de camponeses nos campos de produção de Nanlia, que foram libertados horas depois.
“Encontraram-nos na nossa machamba [campo agrícola], e perguntaram a via para Mecúfi, eu disse que não sabia, então deram-nos as bagagens para carregar acerca de 20 quilómetros e deixaram-nos voltar”, explicou uma das vítimas, de 42 anos, a partir de Nanlia.
Durante a caminhada, os terroristas disseram que não voltarão a matar as populações, acrescentou, alegando que a luta é para os proteger da opressão: “Disseram-nos para não termos medo, estão a lutar pelo bem-estar do povo”.
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