O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) antevê uma recuperação gradual da economia, impulsionada pela procura externa.
Esta tendência vem espelhada nos indicadores do segundo trimestre do presente ano que, segundo o BM, revelam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2 %, graças à recuperação da maioria dos sectores de actividade económica.
No entanto, de acordo com o CPMO, o retorno ao crescimento económico robusto continuará a exigir o aprofundamento de reformas estruturantes na economia, visando fortalecer as instituições, melhorar o ambiente de negócios, atrair investimentos e gerar emprego.
Na sua sessão ordinária realizada na sexta-feira em Maputo, o CPMO decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 13,25%.
“A decisão assenta na manutenção das perspectivas de inflação em um dígito, apesar da prevalência de riscos e incertezas elevados, sobretudo os decorrentes dos impactos da Covid-19”, refere o BM em comunicado de imprensa.
Adicionalmente, o CPMO decidiu reduzir os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 11,50% para 10,50% e em moeda estrangeira de 34,50% para 11,50%, visando disponibilizar mais liquidez para a economia.
“Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação abrandaram, porém, mantêm-se elevados”, reconhece.
A nível interno, segundo o comunicado, destaca-se o abrandamento da instabilidade militar na zona norte do país e a prevalência de incertezas quanto ao prolongamento e magnitude do impacto do Covid-19 na economia, e quanto à dinâmica dos preços dos bens e serviços administrados.
“A nível externo, mantêm-se igualmente as incertezas em relação à evolução da pandemia e acresce-se o risco associado aos constrangimentos das cadeias de fornecimento de bens e serviços, com potencial de limitar a oferta de produtos importados”, afirma.
O Banco Central reitera que se mantêm as perspectivas de uma inflação de um dígito no curto e médio prazo.
“A inflação anual situou-se em 5,6% em Agosto, após 5,5% em Julho, num contexto de menor de preciação do metical face ao dólar norte-americano. A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados enquanto o das frutas e vegetais, aumentou ligeiramente. Para o curto e médio prazo, prevê-se que a inflação se mantenha em um dígito, apesar das perspectivas de aumento dos preços dos alimentos e do petróleo no mercado internacional”, explica.
Face a este ambiente, o BM reafirma o seu compromisso com a preservação do valor do metical que se traduz numa inflação baixa e estável.