“O Azagaia tomou conhecimento” disse a viúva

A viúva do rapper Mano Azagaia, oficialmente Edson da Luz, revelou hoje que já era do conhecimento da família a inclusão do episódio de detenção do cantor no manual de ensino de Língua Portuguesa, da 8ª classe.

Conforme, Rosa Cuna as autoridades competentes não informaram à família sobre a inclusão daquele episódio com Azagaia no manual de ensino.

“Tivemos esta notícia da pior forma possível. Foi a sobrinha do Azagaia que partilhou esta informação com os pais e com a família, no geral” disse, em entrevista à TV Sucesso.

Consoante a sua explicação, a família envidou esforços para procurar justiça face a situação, mas tais foram, de certo modo, suspensos devido ao entendimento do caso por parte dos advogados, restrições da pandemia da covid-19, mas, sobretudo, para não interferir na vida das crianças que poderiam ser afectadas.

“Este é um caso que estamos a tentar seguir desde 2021. Procuramos advogados na altura, mas não nos deram tanta segurança de que isso poderia seguir a bom porto. Justificavam por se tratar de uma transcrição e não cogitavam a ideia de poder processar o Estado. Então, nos cortaram as pernas nesta forma de pensar, mas a sede da justiça sempre lá esteve. Depois entrou o período da covid e se passou a ter aulas em regime online e semi-presenciais… mas isso sempre nos inquietou… sempre tirou sono ao próprio Edson, só que não tivemos meios e advogados prontos para nos ajudar na altura” explicou.

Na verdade, disse Rosa, o rapper Azagaia tinha vários amigos advogados, mas só hoje faz sentido o porquê de não o terem ajudado: “e já vimos onde é que eles estão”.

Ela esclareceu que o cantor, ao tomar conhecimento da situação, optou por tratar do tema na maior descrição possível, “tomando em consideração que envolvia crianças, porque no ano seguinte seria a sua filha mais velha a usar o livro”. “Foi um momento de miscelânea de sentimentos”.

Rosa Cuna lamentou o facto de não ter tido o aconselhamento na altura como está a acontecer agora.

“Mas agora temos, e estamos a perceber que há muito assunto por detrás deste. Há muitos caminhos a seguir para ver se conseguimos recuperar o mínimo da dignidade que lhe foi tirada no livro” disse.