Angola: Fitch aponta razões para protestos e antevê rebeliões nos próximos meses

Angola: Fitch aponta razões para protestos e antevê rebeliões nos próximos meses

A consultora Fitch Solutions aponta a reduzida diferença do resultado das últimas eleições que deram vitoria ao MPLA como o principal factor que mantem um elevado risco de protestos em Angola. No entender da consultora, a oposição angolana esta reflectida na juventude ‘protestante’.

O Movimento Popular de Libertação de Angola venceu últimas eleições presidenciais com 51,2%, o pior resultado de sempre, o que faz a consultora antever a continuidade de “riscos elevados de protestos”

A análise citada pele RTP, a Fitch Solutions aponta para uma crescente oposição jovem no país, representante de cerca de 25% dos mais de 14 milhões de votos “e que tem mostrado descontentamento com o elevado nível de desemprego e os baixos padrões de vida, apesar da riqueza petrolífera do país”.

Para a Fitch Solutions, a capacidade de mobilização da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) é elevada, tendo em conta os dois mil jovens que saíram à rua em Setembro, quando o partido saiu à rua para contestar o que diz ter sido uma fraude eleitoral.

“Antevemos que haja mais manifestações contra o Governo nos próximos trimestres, já que a deterioração da situação macroeconómica vai continuar a alimentar o sentimento anti-MPLA”, apontam, acrescentando que “apesar da pressão popular para melhorar as condições socioeconómicas da população, o MPLA será lento a implementar as reformas e a promessa de João Lourenço de criação de mais empregos e melhores condições de vida, devido aos elevados custos de financiamento externo”.

Ainda que os protestos possam aumentar, a Fitch Solutions não vê perigo de um derrube do Governo à margem da Constituição: “Não antevemos que os protestos coloquem qualquer perigo real à estabilidade do partido que sustenta o Governo, já que o MPLA tem um forte controlo do aparelho de segurança”, afirmam, concluindo que no segundo mandato de João Lourenço, a economia deverá acelerar para um crescimento médio de 2,3% entre 2022 e 2027, melhorando face aos -1,5% registados entre 2016 e 2021.

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