África tem apenas 45% dos aeroportos certificados e contribui só com 3% do tráfego aéreo mundial

África tem apenas 45% dos aeroportos certificados e contribui só com 3% do tráfego aéreo mundial

A Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) certificou somente 45% dos aeroportos no continente africano, disse, hoje, o presidente-reeleito da Associação Internacional dos Aeroportos de África (ACI-África), Emanuel Chaves.

Falando no espaço de entrevista “Café da Manhã” da Rádio Moçambique, Chaves avançou que o maior desafio para o seu segundo mandato vai ser desbloquear todo o potencial africano do sector para certificar, até 2025, cerca de 90 porcento dos aeroportos.

Entre as maiores barreiras por ultrapassar está o aumento de voos e redução dos custos, segundo Chaves, que reconheceu a inviabilidade em alguns países, como Moçambique, para se fazerem viagens terrestres “devido a sua dimensão”.

“A contribuição total de África no tráfego [aéreo] mundial é de três porcento, de uma população total de 16%. Isto quer dizer que muita pouca gente viaja em África e o continente é muito grande. Só para imaginarem, do sul à Norte do continente são 10 horas de voo”, revelou o moçambicano na frente da ACI-África.

O responsável disse que o aumento do tráfego “é um assunto na agenda das governações de vários países e da União Africana”, e o esforço da ACI-África é manter o diálogo com as instituições que interagem neste processo para “massificar o número de passagens aéreas”.

No entanto, o responsável alertou para a possibilidade de o processo ser demorado porquanto permanecerem as dificuldades financeiras de as companhias aéreas adquirir mais aviões.

“A companhias aéreas são definidas como negócio e, como tal, existem para serem lucrativas. E enquanto não tiverem a certeza de que vão ser lucrativas vão continuar a ter essa dificuldade”, disse.

Por outro lado, Chave disse que os países já estão a aproximar números de voos próximos a períodos antes da covid-19.

“Já estamos a alcançar 90 porcento da retoma pós-covid e no mercado internacional e que estamos por volta de 75 porcento”, disse, prevendo que, em África as cifras de 2019 só sejam alcançadas em 2024.

“O continente mais atrasado é a Ásia, porque só vão atingir em 2025 pelo facto de a China continuar fechada”.

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