África será responsável por onze das 20 economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024, de acordo com recente relatório sobre o Desempenho Macroeconómico e Perspectivas (MEO) do continente, divulgado pelo Banco Africano de Desenvolvimento.
O continente deverá continuar a ser a segunda região com o crescimento mais rápido, a seguir à Ásia.
O documento indica que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) no continente africano deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respectivamente. Este valor é superior às médias globais projectadas de 2,9% e 3,2%.
Os 11 principais países africanos que deverão registar um forte desempenho económico são o Níger (11,2%), o Senegal (8,2%), a Líbia (7,9%), o Ruanda (7,2%), a Costa do Marfim (6,8%), a Etiópia (6,7%), o Benim (6,4%), o Djibuti (6,2%), a Tanzânia (6,1%), o Togo (6%) e o Uganda (6%).
O Presidente do Grupo do Banco Mundial, Akinwumi Adesina, reconhece que “apesar do ambiente económico global e regional difícil, 15 países africanos registaram uma expansão da produção superior a 5%”.
O relatório “Africa’s Macroeconomic Performance and Outlook”, uma publicação bianual divulgada no primeiro e terceiro trimestres de cada ano, complementa o relatório “African Economic Outlook” (AEO), que se centra nas principais questões políticas emergentes para o desenvolvimento do continente.
O último relatório apela a um optimismo cauteloso, tendo em conta os desafios colocados pelos riscos globais e regionais. Estes riscos incluem o aumento das tensões geopolíticas, a intensificação dos conflitos regionais e a instabilidade política – factores que podem perturbar os fluxos comerciais e de investimento e perpetuar as pressões inflacionistas.
O Presidente Adesina sublinhou que os défices orçamentais melhoraram, uma vez que a recuperação mais rápida do que o previsto da pandemia ajudou a aumentar as receitas.
Explicou ainda que: “Isto levou a uma estabilização do défice orçamental médio em 4,9% em 2023, tal como em 2022, mas significativamente inferior ao défice orçamental médio de 6,9% de 2020. A estabilização também se deve às medidas de consolidação orçamental, especialmente em países com riscos elevados de sobre-endividamento”.
Ele advertiu que, com a economia global atolada em incertezas, as posições fiscais do continente africano continuarão a ser vulneráveis a choques globais.
O relatório mostra que as perspectivas de crescimento a médio prazo para as cinco regiões do continente estão a melhorar lentamente, o que aponta para a contínua resiliência das economias africanas.
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