O docente e crítico literário Francisco Noa é, desde 6 de Julho, membro da Academia das Ciências de Lisboa. O académico moçambicano ocupa o “acento” da ACL entre os sócios correspondentes estrangeiros da classe de letras, para a qual foram admitidos, igualmente, José Paulo Cavalcanti, Maria Encarnação Beltrão Sposito, Roberto Vecchi, Michel Dupuis, Allan Williams, Marc Flandreau e James Galbraith.
Noa diz ter recebido o convite para fazer parte da Academia lisboeta com um misto de satisfação e responsabilidade acrescida. “Além do mais, senti-me profundamente honrado e privilegiado por fazer parte de tão respeitável e reputada instituição”, revelou.
Francisco Noa disse que a sua entrada para a organização intercontinental da lusofonia pode significar uma maior projecção da literatura moçambicana, desafio que assume conjuntamente com o escritor Mia Couto e o Professor Lourenço de Rosário, também membros da ACL.
“Penso que a nossa presença na Academia deve implicar, por um lado, e sempre que se propiciar, dar maior visibilidade à literatura que se fez e se faz em Moçambique e, por outro, partilhar internamente aquilo que são as dinâmicas de reflexão, na ACL, sobre a literatura, e sobre a cultura, em geral”, afiançou Francisco Noa.
Com uma existência de mais de dois séculos, fundada a 24 de Dezembro de 1779, a Academia das Ciências de Lisboa agrega uma enorme actividade intelectual e científica, com uma diversidade notável de pensadores e cientistas, destacando-se a sua acção no incentivo à investigação científica e estímulo ao estudo da língua e literatura portuguesas.
Graças ao trabalho desenvolvido pelo Instituto de Lexicologia e Lexicografia da ACL foi possível disponibilizar, em 2001, volvidos treze anos de colecta e pesquisa, o “Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea”, primeira obra mais completa do género sobre o léxico português, com cerca de 70 mil entradas. (Texto extraído da revisa Kilimar, ed. de Julho de 2023)
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