Li nas redes sociais e vi nas televisões. Nos meados da manhã desta sexta-feira (12), quando eram cerca de 10 horas, o cidadão Florindo Nyusi, filho do Presidente da República, Filipe Nyusi, provocou um acidente cinematográfico na Avenida Julius Nyerere, na cidade de Maputo.
Testemunhas disseram que ele estava a dirigir em estado de embriaguez, em alta velocidade, durante a prática de rally. Já tinha ouvido que ele se aventurava nestas cenas de malabarismo nos volantes. Na mesma manhã, era a segunda vez que passava pelo local do sinistro.
O acidente resultou no atropelo de duas crianças, de oito e sete anos de idade, a caminho da escola. Uma contraiu contusão na cabeça e desmaiou no local e a outra no joelho.
As pessoas que presenciaram o ocorrido dizem que se quer a escolta de Florindo conseguia acompanhá-lo devido à velocidade do seu Mercedes. Tão menino gordo e tão pé pesado!
Entretanto, lamentaram o facto de o filho do presidente, que, apesar da suposta embriaguez aguentava-se em pé, e a sua escolta não terem prestado socorro às crianças. A escolta foi tempestiva em proibir os populares de captar imagens. Já o estrago estava entregue aos ventos tecnológicos, e diga-se, mais velozes do que o seu milionário Mercedes. Ficamos todos a saber da trágica façanha do aventureiro dos pedais.
Para finalizar os dez anos de, às vezes não comprovados, boatos de Florindo correr sentado em carros de luxo, somos brindados com um quadro de ignorância da vida alheia.
As crianças permaneceram estateladas no asfalto até que um cidadão civil se dignificou em apoiar as crianças. Aliás, foi esse ‘bom samaritano’ que retirou Florindo Nyusi do seu Mercedes, porque tinha uma perna entalada.
De tudo o que sei, uma dupla de agentes foi enviada ao Hospital Central de Maputo para onde foram levadas as crianças. Lá disseram: só estamos aqui para defender o nosso pão.
Autor: Emmanuel Mocinha
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