A especialista português em assuntos africanos, Paula Cristina Roque, defende que é chagada a hora de o partido Frelimo abandonar o poder.
Em uma entrevista à CNN Portugal, disse ser viável a ideia de Venâncio Mondlane em constituir um Governo de Unidade Nacional, notando, entretanto, que deve ser de “transicção para a Frelimo sair”.
De acordo com Roque, as instituições em Moçambique estão partidarizadas, a economia vive à base de clientelismo, e há interesses económicos instaurados nas elites políticas da Frelimo. Ela defendeu a reforma de todas a instituições do Estado.
“Isto não se vai conseguir fazer unicamente, com um Governo de Unidade Nacional” notou, avançado que vai ter se fazer uma reforma sistémica estrutural ao nível político e económico.
“O mais importante de realçar é que a Frelimo Governa há várias décadas. Falhou [na governação]. Eles deviam servir e não servem. E vai ter de sair. Acho que deveria sair já” defendeu.
Na perspectiva da especialista em assuntos africanos, é notória a “ausência” das entidades internacionais que, conforme disse, deveria adoptar uma postura mais arrojada perante a situação.
“Não defenderam essa verdade eleitoral em Angola, por outros interesses. Terão de o fazer agora [em Moçambique]. Neste caso temos de ser diferentes, defender a democracia e a liberdade” disse à propósito do posicionamento de Portugal.
Segundo Roque, se deve conferir credibilidade às contagens paralelas dos partidos que constituem mais um braço de força para os organismos internacionais melhor se posicionarem.
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