A “conspiração” para afastar Venâncio Mondlane da corrida eleitoral de 2029

A “conspiração” para afastar Venâncio Mondlane da corrida eleitoral de 2029

O principal opositor do regime político da Frelimo, Venâncio Mondlane, está no meio de uma conspiração para o levar à autorrendição e consequente renúncia à corrida eleitoral de 2029.

Conforme uma leitura do semanário Canal de Moçambique, edição de quarta-feira (19), os processos contra pessoas próximas à Mondlane, a actuação da polícia contra civis, são alguns dos argumentos para fazer recuar Mondlane.

O jornal se refere, por exemplo, à intimação a Dinis Tivane, o assessor de comunicação do ex-candidato presidencial, que deve prestar declarações ao Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional.

Entretanto, o destaque é para Glória Nobre Chire, a coordenadora financeira de Venâncio Mondlane, de 59 anos, uma contabilista reformada de um banco comercial da praça. Ela foi detida em modos pouco ortodoxos, na quarta-feira (14), e a sua prisão foi legalizada dois dias após o ocorrido – após passar por torturas psicológicas, segundo avançou o Centro para Democracia e Direitos Humanos quue acompanha o caso.

De acordo com o semanário, Glória Nobre Chire é acusa de três crimes, nomeadamente’: conspiração contra (a segurança) (d)/o Estado, cuja pena varia entre oito e 12 anos; alteração violenta do estado de direito, com penas de prisão entre 12 e 16 anos; e incitamento à desobediência colectiva, com penas entre dois e oito anos.

Aquando do seu interrogatório, na Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, os advogados de defesa procuram demonstrar que os crimes de que Glória Nobre é acusada não lhe são cabíveis por conta das funções para que foi contratada. “Mas o juiz já tinha a cartilha feita para mandá-la para a prisão e desvalorizou todos os argumentos”.

Para recordar, Venâncio Mondlane, foi ouvido pela Procuradoria-Geral da República, na terça-feira (11), durante quase dez horas de interrogatório. O procurador não lhe pôde clarificar os crimes de que é acusado ou a sua tipologia, mas lhe foi aplicado o Termo de Identidade e Residência.

Incluindo sequestros e assassinatos, esses processos constituem “formas que o regime encontrou para enfraquecer e pressionar Venancio Mondlane” nota o semanário.

 No dia em qe foi detida a sua coordenadora financeira, Mondlane anunciou que esta semana iria submeter os termos para registar seu novo partido.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.