Cabo Delgado: ONGs afectadas pelo corte do apoio americano defendem novas alternativas

Cabo Delgado: ONGs afectadas pelo corte do apoio americano defendem novas alternativas

Representantes de algumas organizações em Cabo Delgado dizem que a suspensão abrupta do apoio financeiro da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) já afecta negativamente a assistência humanitária na província.

Por exemplo, a Associação de Jovens Promotores da Cidadania Participativa viu-se obrigada a cancelar o Programa “Círculo de Diálogos” que dependia inteiramente do apoio americano.

“…fomos obrigados a interromper as actividades, pois não conseguimos realizá-las sem financiamento. Actualmente, somente mantemos acções que não exigem grandes recursos”, disse Sumaiya Ibraimo, assistente humanitária da associação.

O Fórum das Organizações Não-Governamentais de Cabo Delgado (FOCADE) alerta que além dos beneficiários do apoio, dezenas de postos de trabalho tiveram de ser encerrados.

No entanto, as ONGs entendem que a suspensão do apoio americano não é o fim de tudo. Elas defendem o desdobramento para encontrar novos financiadores, embora não o seja simples, no curto espaço, para que se desviem dos impactos da suspensão do financiamento da USAID.

“Temos de tentar esquecer um bocadinho ajuda americana, que é consideravelmente maior em relação aos outros doadores. Devemos explorar, por exemplo, o apoio da União Europeia e de outras agências de desenvolvimento, como a UKAID, para garantir a continuidade da assistência às populações vulneráveis” defendeu o presidente da FOCADE, Frederico João.

O presidente da Associação Kwendeleya, que actua em programas de coesão social, denuncia que parte significativa dos recursos não tem sido efectivamente dirccionada às populações necessitadas.

“Muitas instituições acabavam gastando mais dinheiro em custos administrativos do que na implementação dos projectos. Isso comprometeu a efectividade da assistência. O problema não é do Governo, mas também das organizações que receberam os fundos e não souberam aplicá-los como deve ser”, afirma Abudo Gafuro. (Fonte: DW)

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