O político Venancio Mondlane acusa o sistema político-judicial – que diz estar sob jugo da Frelimo – de o tentar controlar e de impedir a libertação da consciência do povo moçambicano.
Na terça-feira, Mondlane foi ouvido pela Procuradoria-Geral da República num processo-crime sobre incitação à desobediência pública. O Ministério Público decidiu que Mondlane deve comunicar os seus movimentos e não se ausentar por mais de cinco dias da sua residência.
“Determinaram o termo de identidade e residência. É o controle que eles querem fazer da minha pessoa. Eu não posso sair da minha casa mais de cinco dias sem avisar. Não posso sair do país sem informar. Na verdade, eles querem controlar todos os meus movimentos” considerou.
Numa comunicação na sua página de uma rede social, Mondlane avisou, entretanto, que será impossível controlar o que vai dentro de si. “Podem controlar o corpo, mas o que penso, desejo ou a minha visão não vão controlar. O amor que o povo tem pela verdade não vão controlar”.
Por outro lado, segundo Mondlane, “o sistema” tenciona congelar o movimento de despertar que acredita se estar a verificar no seio da juventude moçambicana.
“Nós ficamos 50 anos com os olhos tapado, vendados, e hoje esta venda está a ser rasgada, os olhos e os ouvidos estão a abrir-se, a mente começa a girar porque estava congelada… eles querem destruir e matar isso” disse.
Mondlane referiu que a PGR está a servir como arma de combate num campo onde a Frelimo ainda mantém o poder, mas não no terreno, junto das massas.
“A Frelimo está a usar as armas contra o povo [porque] ela já não tem poder” constatou, ao mesmo tempo que apelou aos seus apoiantes para manter a coragem e continuar a luta, as manifestações durante este ciclo governativo.
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