A Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA diz que o Banco de Moçambique está a fazer pouco caso da falta de divisas no mercado nacional, cujas evidências já foram apresentadas.

Segundo o Presidente da agremiação, a postura do Banco Central é de pouca sensibilidade para com os problemas das empresas como fazedores da economia e distribuidores de riqueza.

“O volume correspondente as operações de permuta de liquidez entre os bancos comerciais no Mercado Cambial Interbancário (MCI), apesar de ligeira recuperação no Quarto Trimestre de 2024 no qual subiu 88%, caiu drasticamente quando comparado com os volumes anuais de 2023 e 2022” disse Agostinho Vuma, hoje, em Maputo.

Nos cálculos da CTA, o volume de operações de permuta de liquidez em moeda externa entre os bancos comerciais atingiu mínimos históricos no segundo trimestre de 2024, com valor estimado de 5,5 milhões de dólares.

Outro dado a considerar, que demonstra falta de liquidez, são os das operações dos bancos comerciais com os clientes, onde o volume agregado das operações de compra e venda tendeu a aumentar do primeiro ao terceiro trimestre de 2024, tendo crescido cerca de 13%.

“Desgregando os dados, pode-se perceber que esse crescimento do turnover resultou do rápido aumento das compras de moeda externa dos bancos comerciais aos seus clientes em 18% contra um crescimento menor de 7% das vendas dos bancos comerciais aos seus clientes” disse.

Vuma adiantou que a CTA apresentou ao Banco Central evidências de que a liquidez em moeda externa não flui dos bancos comerciais para os clientes, como também uma lista de empresas com facturas submetidas aos bancos comerciais para pagamento e que, tais solicitações, não foram satisfeitas.

“Os valores desta lista apresentada ao Banco de Moçambique estavam estimados em 402 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2024” notou.